ô pa! ciente

Percebi-o cabisbaixo, desanimado. Fiz algumas gracinhas, mas notei que não estava a fim. Levei-o ao médico. O médico examinou-o: boca, ouvidos, olhos... Olhou pra mim e:

- E você, como tem andado?

- Bem - respondi desconfiada - afinal, a consulta não era pra mim, mas tudo bem.

- Anda estressada? - insisitu o médico, enquanto o examinava.

- Talvez...um pouco... tô esperando uma encomenda na verdade, e, acho que fui enrolada.

- Nossa, que chato. O que comprou?

- Uma cozinha sob medida.

- E quanto tempo faz?

- Prometeram entregar em 45 dias no máximo...só que faz um mês que o prazo combinado expirou.

- Bah! Complicado.

- Sim.

Conversa vai, conversa vem, de repente, dou-me por conta que o paciente nos olhava pacientemente (mente paciente), e o médico conclui, olhando-o bem dentro dos olhos:

- É, estava em dúvida, mas não estou mais...é isso aí...ele está tão estressado quanto você. É só isso, nada tão sério...

- Como assim?! -pergunto- Como pode?! Eu não acredito...

Bom, se estava estressada, saí de lá mais ainda. Gastei R$ 234,00 em menos de uma hora. E jamais me surpreenderia com o diagnóstico, se não estivesse falando do meu cachorro. Dá pra acreditar nisso? O pobre bichinho é o meu reflexo. O animal contagioso ali era eu.

Durante o caminho de volta, toda vez que ele me olhava, abria-lhe um sorrisão. Ôpa! Ciente da situação, pensava, 'Deus me livre se ele piorar'!

Talvez tenhamos que procurar um psicólogo, para fazer terapia familiar. Hahahaha! Ou um veterinário? Ah! Sabe que já nem sei mais...rsrsrrsrsrss