CRÔNICA – BBB 12 – Estupro II
 

CRÔNICA – BBB 12 – Estupro II
 

          A propósito do possível estupro cometido pelo ex-participante do BBB-12, modelo Daniel, assunto que vem dominando a mídia nacional, especialmente pela Rede TV de Televisão, programa da Sônia Abrão, do qual somos espectadores quase sempre, temos ainda que tecer algumas considerações.

          Preliminarmente, o que se nota no programa é assim como que uma certeza de que o rapaz Daniel realmente estuprara a linda e bem feita Monique, apenas pelo fato de que ela ficara totalmente parada por um período de tempo (sete minutos, talvez), enquanto ele se movimentava livremente. O que eu vi, na verdade, foi essa gatíssima em cima dele, se movimentando a bel prazer, mesmo que depois de alguns lances ela possa ter ficado imóvel. Não tive a oportunidade de constatar que ele a puxara pra cima, muito pelo contrário, a iniciativa foi dela. O sujeito que é homem não suporta tal insinuação.

          Ora, essas afirmações de nada valem, porquanto é muito natural que a mulher num relacionamento sexual tenha sensações diferentes do homem, podendo até mesmo ficar assim como anestesiada de tanto prazer. Disso eu conheço tranquilamente e posso afirmar sem nenhum medo de errar. Agora, de uma coisa não se pode esquecer: Se daqui de fora, ao ver tantas pernas, bustos e rostos provocantes nós ficamos excitados, imaginem lá dentro, com toda aquela libertinagem, que no fundo nada mais é do que provocação para cima dos rapazes, esses monstros de corpos sarados e repletos de tatuagens, descaracterizando um corpo tão saudável que Deus lhes dera. E ainda vale notar que a ingestão de álcool, como ocorrera na festa do sábado passado, de modo tão abusivo, quebra qualquer possibilidade de se resistir àqueles rebolados convidativos.

          Esse assunto não pode ser comentado sem que façamos uma passagem pela lei, que fora mudada pelo Congresso Nacional, pois resolvera pegar a parte do código que tratava de “Atentado ao pudor” e juntar ao crime de “Estupro”, uma vez que a pena prevista era igual para ambos os casos. Considero isso um absurdo, eis que agora o crime independe de penetração sexual, bastando unicamente que se toque, por exemplo, nos seios de uma pessoa, sem o seu consentimento, para que se configure a hipótese de estupro. Na presente demanda, a meu entender, não há quem prove que ela não concordara com os atos libidinosos que teriam praticados.

          Sabe-se, e não é de agora, que o nosso Parlamento é de uma incompetência a toda prova, porquanto dele participam deputados e/ou senadores completamente leigos, alguns até mesmo analfabetos. A junção das duas hipóteses em uma só denota, primeiramente, que a medida foi tomada a toque de caixa, a fim de se ganhar tempo nas discussões, eis que o clima na época era de pressão, diante de muitos casos tipificados e sem qualquer julgamento. Mas em questão de analfabetismo isso não é privilégio de parlamentares, pois até presidente da república nessa hipótese nós já tivemos.

          A coisa fica tanto fácil demais como complicada ao extremo, uma vez que poderá haver até a hipótese de uma simulação de “estupro”. Digamos que eu tenha uma namorada, que tenhamos liberdade um com o outro, e de repente ela com vontade de acabar o relacionamento e prejudicar-me, decida comparecer à polícia e fazer uma ocorrência denunciando-me como incurso no crime de estupro, quando, na verdade, havia o seu pleno consentimento. Para as autoridades fica muito fácil mandar fazer um exame de corpo de delito e comprovar que houve tal contato íntimo e voluptuoso.

          Bom, gostoso e sensual era no tempo em que o maior bem de uma moça, a par de sua educação doméstica e cultural, era a virgindade, eis que isso causava orgulho ao noivo, uma vez que tinha certeza que seria o primeiro a se utilizar do intacto órgão sexual de sua esposa. O progresso por que o mundo passou, trazendo a independência feminina foi, no meu entendimento, a causa principal da situação vexatória muitas vezes provocada pela fêmea. Então essa questão de sexo passou para um grau de banalidade; moças há que apostam até com quantos rapazes vão ficar numa única noite, quer dizer a liberalidade é total.

          Sinto saudades dos velhos tempos, até porque tenho filhas, e nenhuma delas está mais com a obrigação de ser virgem, segundo os modernos entendimentos da juventude, principalmente. Tenho absoluta certeza de que os casamentos de hoje em dia duram pouco tempo, eis que a “fruta” já fora experimentada muito antes, virou rotina mesmo na fase anterior ao matrimônio. Tinha uma irmã linda e maravilhosa, que morrera no final do ano passado. Pois não é que eu fiquei sem falar com ela por quase trinta anos somente pelo fato de que praticara sexo inoportunamente com aquele que seria seu futuro marido! Claro que o mundo me fez pedir desculpas pelo meu ato machista, mas o que fazer se era assim o nosso costume!

          Para não cometer injustiça, abro parênteses para realçar que um dos participantes do programa “A tarde é sua”, o psicólogo Haroldo Lopes, é o único que vem resistindo praticamente às afirmações de que o Daniel estuprara a Monique. É que ele levanta várias hipóteses que livrariam esse rapaz ou no mínimo culpariam os dois agentes (ativo e passivo) do pseudo ato sexual de vulnerável.

          Os advogados dele, Daniel, estão insistindo com a Rede Globo no sentido de que o faça voltar ao programa, todavia a meu pensar isso deveria ser pedido em liminar ao Juiz de Direito da jurisdição do PROJAC.

          Vou ficando por aqui, eis que isso é matéria cuja discussão é infindável, sendo as minhas colocações feitas apenas no que me foi possível ver na edição do pertinente programa do dia 14.01.2012. Uma coisa é certa: Se ele fosse um jogador de futebol de renome, digamos assim um Adriano qualquer, não sofreria penalidade alguma, e os acontecimentos estão aí aos olhos do povo até cansar.
 
Ansilgus
Em revisão

Foto: GOOGLE
ansilgus
Enviado por ansilgus em 19/01/2012
Reeditado em 19/01/2012
Código do texto: T3450084
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