O tempo no devido tempo

Poderia haver maior felicidade, se as pessoas vivessem o seu tempo no devido tempo. É de se observar como as pessoas saem de suas próprias situações, do seu tempo, para viverem o momento e o tempo do outro. Com grande prejuizo para si mesmas. Me lembro quando no meu primeiro emprego, concursada, convivia com uma senhora que já estava bem próximo de aposentar-se. Vida equilibrada, casa própria, filho advogado e ela, naquela altura resolvera cursar direito para dar um apoio ao filho. Sentia uma grande admiração por ela. Pensava que quando eu estivesse no seu tempo também haveria de ter uma situação confortável assim. No meu raciocínio, isso era matematicamente lógico. Ponto. Na contramão dessa matemática, hoje vejo, cada vez mais as pessoas abdcando do seu tempo, querendo o tempo do outro. O jovem, invejando o vivido ao invés de sorver a intensidade do seu presente momento. Me lembro duma amizade que fiz num cybercafé. A moça, jovem, se sentia humilhada por não ter, já, uma certa estabilidade e algumas conquistas, que eu, no devido tempo, e a duras penas conquistara. Ainda me parece lógico, matematicamente lógico, que o tempo conspire a seu favor. É um contracenso geral. Se nasce em berço abastado, tende a não valorizar nada do que possui. Em berço de prata, não quer se empenhar na conquista, acha que já deveria ter tudo. No mais intrínseco direito, adquirido não se sabe como nem porque. Ou eu não me encaixo, ou algo está errado nessa equação. O medíocre invejando o culto, perdendo o precioso tempo no qual deveria enriquecer-se com cultura. Jovens, exercendo a força bruta para adquirir o que quer que queiram na contravensão da lei. É de se lamentar que não tenham a consciência de que toda conquista requer investimento e tempo para que se concretize.

Nilamaria
Enviado por Nilamaria em 19/01/2012
Reeditado em 05/05/2012
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