Estamos mais tolos ou querendo fabricar a felicidade?

Estamos mais tolos ou querendo fabricar a felicidade?

Será que estamos ficando mais tolos ou nosso humor está exacerbado? Em tempos de internet e de toda essa tecnologia, à disposição, será que tudo isso está nos fazendo bem? Procuramos, cada vez mais, cenas tolas para deixar correr o riso frouxo; ouvimos músicas fáceis e, assim, deixamos nosso cérebro descansando.

Programas televisivos, de baixo calão, prendem mais a atenção que os rascunhos de Machado de Assis, hum, hum...Machado de Assis? Talvez, estejamos dando armas para a ignorância, alimentando a santa imbecilidade e propagando uma cultura rasteira e doentia. Vivemos a vida dos BBBs e comentamos capítulos de novelas; amamos ao som de cantilenas e aplaudimos, de pé, a nossa própria estupidez. A internet pode até ser útil, mas na mão de quem procura apenas migalhas de inteligência,torna-se uma arma para boatos e fofocas. Redes sociais não passam de mexeriqueiros de plantão, que procuram, na vida dos outros, a vida que não conseguem viver. Com frases roubadas, ditados fabricados, os internautas vão criando seus “grupetos” de revistinhas e estimulando o voyeurismo virtual.

Kkkkkkkk, kd vc?, quer tc?, frases feitas com o “requinte gramatical” são espalhadas pelos bate papos da net. Eu não sei quem você é, mas com algumas mentiras escritas, meu corpo fabricado por minhas descrições, eu me torno mais que especial. "Você me ama daí e eu me satisfaço daqui". Sexo verbal, ou melhor, virtual, agora faz o estilo! Abro no youtube as coisas mais tolas e rio até minha barriga doer. Estou comprando felicidade com minha ignorância, seduzindo com músicas de calão e fazendo do amor uma cantilena sem fim. A cultura está, cada vez mais, colocada de lado e estamos vivendo em tempos de tecnologia e aprendendo com tudo isso a propagação do ignaro.

Quantos acessos têm no youtube de inteligência? Na verdade, quanto mais se vê, menos vale a pena o conteúdo. Nem tudo que é muito ouvido trará algo de interessante. Agora, só resta a pergunta: estamos mais tolos ou querendo fabricar uma tal felicidade? Resposta em língua internauta, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

Mário Paternostro