O sapo ébrio
Achar que sou demasiadamente romântico me causa uma parva revolta. Acredito tanto na viva possibilidade de narrativas do tipo na vida real que, por horas, me sinto o próprio sapo a espera do beijo (por bem que ela se identifica com anuros). Bem longe de príncipe enfeitiçado, anseio apenas o “viveram felizes”, se não para sempre, que dure desde quando chegar até enquanto eu viver...
Quando chegará enfim? Falo assim, pois pensei que dessa vez não iríamos mais desenlaçarmos as mãos. Agora, em tudo de belo onde fito meu olhar vejo a imagem dela e as lembranças de nossos momentos me envolvem como em um quente e doloroso amplexo.
Anseio o momento de te ter comigo minha Flor. O momento certo, sem escusas, sem falsa moral, sem desejos alheios, sem preocupações com formalismo vago, sem culpa ou remorso. O momento de nos amarmos e nos entregarmos um ao outro como sei que é de nosso desejo fazer; com todas as nossas carências e vontades, e com todos os sonhos que juntamente preparamos para a ocasião.
A dor do tempo que demora a passar quando estou longe de ti me faz em secreto pratear. Mas, sei que isso é o início amargo da doce e bela taça que escolhi sorver intensamente. Verei em breve meu ébrio momento e, nesse instante, o acre sabor de tua ausência momentânea se converterá em afetuoso paladar que será nosso inebrio de amor, anegado aos montes inexauríveis em meio a beijos transformadores.
A partir de então, sem pseudônimos, te chamarei pelo nome minha Princesa linda, para que todos saibam quem é a mulher por quem bate esse coração embriagado de amor nesse conto que mais se assemelha a romance mexicano reprisado às tardes e que sempre tem um final feliz.