TRAIÇÃO

São tantas as variáveis sobre os motivos e as opiniões a respeito da traição. Claro que sempre que se fala sobre o assunto, num primeiro plano, os dedos já apontam para os homens. E a partir daí, as discussões esquentam e é tão comum que as acusações se revezem.
 
Assim o assunto traição passeia pela história. Da pré-história, à submissão das mulheres, à emancipação feminina, até chegar à sexualidade, enfim. Passa pelas mudanças culturais, pelas questões biológicas, até pela antropologia.
 
O fato é que a traição está presente em todos os momentos da evolução humana, em todos os recantos, em todos os segmentos sociais. Popularmente, diz-se que o homem trai muito mais, que os homens vivem traindo, que são todos uns vagabundos e por aí afora.
 
Diz-se também que só “aparentemente” as mulheres traem menos, porque são mais cuidadosas, mais discretas e conseguem driblar com mais facilidade os riscos e as situações obscuras da traição, enquanto os homens são mais “bobões” e sempre deixam o rabo, quando não, até são exibicionistas.
 
Há quem apele para a questão biológica para justificar o fato dos homens traírem mais; que estando o sexo presente já no próprio instinto de reprodução – da perpetuação da espécie - e sendo o homem permanentemente fértil, em condições de reproduzir, diferente da mulher, que tem seus pequenos períodos férteis, diz-se então que por conseqüência, o homem está sempre pronto para o sexo, enquanto a mulher somente em pequenos períodos mensais. Daí, a necessidade mais constante de sexo para o homem e daí porque esses acabam sim traindo mais.
 
Até se busca fundamentos nas demais espécies, pois, as fêmeas da maioria dos animais, só aceitam o sexo em seu período fértil, o cio. Fora dele, nadica de nada. Já os machos...
 
Discute-se também, as questões culturais. Um menino, quando vai crescendo, os próprios pais (digo pai e mãe), ficam torcendo para que ele cresça logo, vire um homem “pegador”, comendo todas as moças ao redor. Já a garota não. Essa é educada recebendo forte carga do conceito para se preservar, de não se vulgarizar sexualmente, pois, um homem que faz sexo com várias mulheres, é considerado um “pegador”, macho; já uma mulher seria considerada simplesmente vulgar.
 
Outro aspecto é o fato da gravidez, que embora já contando com todos os meios e métodos contraceptivos, o risco sempre existe e está sempre rondando as mulheres. Imaginem uma mulher casada, resolve dar uma “fugidinha” e acidentalmente engravida. De quem será? E daí?
 
Mas a realidade é que a traição, nas relações formais e principalmente no casamento é algo que fere profundamente o par. Independente das questões culturais, dos hábitos e conceitos, a traição humilha, maltrata, cria feridas que raramente cicatrizam e que se repetidas vão acumulando mágoas, frustrações, fazendo de uma relação uma doença emocional, um câncer nas relações formais.
 
Existe ainda o fato de que para a mulher, o sexo está sempre e normalmente ligado ao amor, às questões afetivas, a confiabilidade, enquanto para o homem, o sexo é  muito mais prático, muito mais simples, muito mais sexo por sexo, algo absolutamente efêmero. Daí surge a máxima de que para o homem, a traição é apenas uma diversão e para a mulher somente uma vingança. Será? Será que em se falando de traição, a mulher apenas se vinga e o homem apenas se diverte?
 
A realidade é que o assunto gera acaloradas discussões, grandes polêmicas. Realidade também, é que onde tem homem e mulher, tem sexo e daí para haver traição é questão apenas circunstancial.

Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 18/01/2012
Reeditado em 18/01/2012
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