O VALOR DO VASO
Dependendo do material que é feito o vaso, define-se, evidentemente, o seu valor. Nos tempos antigos, os vasos da casa de Deus eram feitos de prata e ouro, por conta disso, quando Nabucodonosor, invadiu a casa do Senhor, em Jerusalém, levou, além dos cativos, tudo que era feito de prata e de ouro, bem como, outros objetos importantes da casa de Deus. (II Rs. 25: 14 – 15).
Tempos depois, seu filho Belsazar, resolveu fazer um grande banquete para cerca de mil convidados e bebia vinho na presença de todos, e já depois de bastante embriagado e como quem queria desafiar a Deus e fazer graça para os seus amigos, mandou buscar os utensílios de prata e de ouro, que seu pai, Nabucodonosor, tinha tirado da casa de Deus em Jerusalém, para que neles bebessem o rei, seus grandes, suas mulheres e concubinas.
A atitude do rei foi reprovada imediatamente pelo Senhor, que se manifestou com uma escritura na parede, dando-lhe sua sentença. E naquela mesma noite aquele rei foi deposto e morto. (Daniel, capitulo cinco).
“Os vasos chamados de santos, consagrados, para serem reservados tão-somente para o uso do templo; foram trazidos pelo rei, num espírito de zombaria e de profanação das coisas religiosas. A blasfêmia foi provocada pelo álcool, e como se não bastasse, brindava o rei os ídolos usando os próprios vasos da casa de Deus”.
Eram vasos feitos dos melhores metais, prata e ouro, e, sobretudo, eram os vasos da casa de Deus, jamais poderiam ser usados de forma tão profana como foram usados por um rei ímpio e insano, só que a resposta divina para aquela atitude de sacrilégio, foi instantânea, que não deu nem mesmo tempo do rei se desculpar de tal atitude e, nem podia mesmo se desculpar, porque foi pesado na balança e achado em falta.
Como bem dito acima, naquele tempo, os vasos eram de prata e ouro, mas foram usados por uma nação pagã, comandada por um rei ímpio, como coisas fúteis e inapropriadas, sendo seus autores punidos por Deus. Hoje o Senhor faz diferente, usa vasos de barro, material frágil e de pouco valor, porém o próprio Deus coloca nesses vasos frágeis, um conteúdo incalculável. Paulo escrevendo à Igreja de Coríntios diz: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder, seja de Deus e não de nós”.(II Co. 4: 7).
O homem não passa de um ser frágil, sujeito as paixões e a tudo que a vida lhe proporciona, todavia, o apóstolo Paulo, observando toda essa fragilidade do homem, como vaso de barro, disse: “tudo posso, naquele que me fortalece”. Entendemos, portanto, que a metáfora usada por Paulo leva-o a reconhecer, sobretudo, o princípio de fraqueza, por ser o homem comparado a um vaso de barro, todavia, dotado de um conteúdo excepcional, que o mesmo Paulo chama, com muita sabedoria e precisão, de “TESOURO”, com um poder sobrenatural, porque, toda a excelência desse poder é de Deus e não de nós.
Tudo isso é mistério de Deus, de forma que dificulta ao homem natural compreender cada detalhe desse mistério. Mais uma vez entra em cena, a expressão filosófica de Paulo quando diz: “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele”. I Co. 1: 27 – 29)
Saibamos tão somente, que somos frágeis, vasos de barro, porém, Deus colocou em nós um tesouro valioso, não esquecendo apenas uma coisa, é que “a excelência do poder é de Deus e não nossa”.