OS GALHOS DE UMA ÁRVORE

Lá no sítio da família de José há uma sucupira enorme, frondosa, muito antiga que além de embelezar a paisagem, serve de sombra e abrigo a quem à procura para matar o cansaço.

Dia desses José recebeu uns amigos. Ficou imensamente feliz, tão feliz que resolveu recepcioná-los com alguns brinquedos do tempo da velha infância.

Cortou um galho da sucupira, preparou-o para receber algumas cordas, e pronto: estava feito um delicioso balanço. Os amigos ficaram meio desconfiados, temerosos de tomar uma boa queda. Mas José, que convivia há muito tempo com aquela sucupira, não teve dúvida alguma.

Dizia para os colegas:

- Venham, não tenham medo, é muito seguro, pois esse galho é forte.

Combinaram que ele experimentaria a sua obra e só depois os amigos desfrutariam da brincadeira. E assim foi: José, muito faceiro, sentou-se no balanço e mandou que os amigos o impulsionassem. Um desastre total; o galho se partiu e ele se espatifou no chão. Fraturou três costelas.

Foi levado para o hospital desacordado. Após o atendimento de praxe ele, retornando à consciência, falou:

- Puxa vida, eu jamais pensei que isto pudesse acontecer. A sucupira é uma madeira forte. Eu confiei plenamente naquele galho!

......

E você? Já deu uma paradinha para verificar se os galhos daquela árvore frondosa que está ao seu lado, sempre pronta a lhe oferecer sombra, frutos, flores e a embelezar a sua paisagem estão sadios, não estão corroídos pelo tempo ou pelo esforço físico de estar sempre de pé, sempre disposta a lhe proteger?

Já pensou que um dia desses, você pode, como o José, tomar uma tremenda queda, por desconhecer o verdadeiro estado dos galhos de sua árvore?

A árvore precisa de alimento, de poda, de água, de oxigênio, de espaço para fincar as suas raízes e se tornar sadia e frondosa.

A árvore tem vida... Tem coração... Se você a ferir, ela entristecerá... Perderá o seu viço, murchará aos poucos e depois... Morrerá!

A árvore é sensível... Até parece um ser humano!

Mas há seres humanos tão insensíveis que não podem se assemelhar a uma árvore!

É bom que pensemos nisso e que possamos, dentro de nós, exercitarmos o reconhecimento, o amor, a gratidão e, principalmente, a consciência de que, se partilhamos com os nossos amigos e familiares, com as pessoas com as quais convivemos, os momentos alegres, as mesas enfeitadas com vinhos, queijos e doces, devemos, também, partilhar as tarefas, os momentos difíceis, as horas de dor, cansaço, tristeza e até mesmo de solidão.

Aliás, qualquer pessoa que sentir um abraço amigo, um sorriso, uma palavra de conforto ou de carinho, decerto já não padecerá de solidão...

Porque já não estará sozinha!

Maria do Socorro Domingos dos Santos Silva

João Pessoa, 15/01/2012

Mariamaria JPessoa Pb
Enviado por Mariamaria JPessoa Pb em 15/01/2012
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