contos de pescaria
Aconteceu mesmo!
Numa dessas minhas pescarias, íamos em três numa canoa. Terminada a pescaria diurna, durante a noite, resolvemos caçar um jacaré. Saibam vocês que os olhos de jacaré são fluorescentes ao foco de uma lanterna.
Às margens do rio Jamari ( Porto Velho ) vê jacarés à noite é coisa rotineira, até porque a localidade de São Carlos, onde estávamos pescando, é vizinha do Lago Cuniã, reserva natural de peixes, aves e jacarés.
O ritual da caça ( que o IBAMA não saiba disso ) era o seguinte: um remava, eu focava, o outro tentava com o remo acuar e com as mãos sobre o rabo do jacaré, pegá-lo.
Assim fizemos por diversas vezes, todas fracassadas. O bicho dava um salto nadador e fugia longe.
Numa certa hora, fiz um alarde pelo tamanho dos olhos refletidos pelo animal, era enorme! Dizia eu. Chegando perto, cumprimos com a mesma organização. Desta vez, a surpresa veio ao contrário: o grande jacaré ao ser perseguido com a ponta do remo e as mãos ameaçadoras do meu amigo, deu uma rabanada tão violenta que quase nos joga fora da canoa. Apavorados, encerramos a caça e fomos procurar abrigo para dormir.