Se limparam com meu artigo
Por mais bombástica e sensacionalista que possa parecer uma notícia, o seu tempo de sobrevivência não ultrapassa mais de 15 dias na mente e nos comentários das pessoas. Desde os grandes atentados, bem como a morte de personalidades, entre milhares de outros temas, as pessoas simplesmente não suportam mais falar sobre esses assuntos: são comentários da mesmice que já não dão audiência e, conseqüentemente, entram no esquecimento coletivo.
As notícias chegam em todos os rincões do planeta em tempo real. Interligando fatos, fotos e as notícias. A televisão consegue resguardar todos os seus arquivos através dos vídeotapes, possuindo assim grande acervo de todos os registros de ambos os séculos. A radiodifusão mantém seus arquivos históricos através dos sons gravados, com riqueza de notícias que marcaram a presença do rádio na vida das pessoas. Ao contrário dos jornais que devem manter grandes arquivos fotográficos e de conservação dos papéis. Alguns desses artigos são microfilmados e fazem parte do acervo de muitas bibliotecas, constituindo-se em uma rica fonte de informações.
Todavia, os velhos jornais são os que têm maiores serventia para o povo em geral. São usados como embrulhos e alguns casos servem até de papel higiênico! Lembro-me quando num belo dia, estava no Beco da Fome, e fui surpreendido no tratamento de um artigo sobre o reformador Calvino, que encontrava-se no cesto do lixo, substituindo o papel higiênico. A gozação dos presentes foi geral, conseqüentemente não pude deixar de achar graça em toda aquela situação.
Entrei no clima da brincadeira e resolvi escrever este artigo. Ele retrata com exatidão os caminhos tortuosos dos velhos jornais que tem alguma serventia para milhares de pessoas as quais não conseguem adquirir o velho e útil papel higiênico. Demonstrando assim o quanto nos distanciamos dos países de primeiro mundo, que mantêm o hábito da leitura dos seus periódicos como fonte de informações, entretenimento e lazer, tão longe dos bueiros e dos esgotos de suas cidades.