Recém-envelhecida
Um dia você acorda e percebe que você não é mais jovem. Ainda se é bonita, se tem saúde, libido e virilidade. Mas não se é mais jovem, uma constatação inexorável, então vem à pergunta: E agora? Pois de agora em diante o processo só avança e por mais que o burlemos com artifícios modernos e tecnológico ele vencerá, no fim o corpo sucumbe.
Então como os recém- nascidos devemos viver nos permitir, experimentar e quando chegar o tempo, nos deixar cuidar. È tolice brigar com o tempo ele é nosso amigo põe fim as nossas ansiedades, ao contrario de quando éramos jovens devemos correr com ele e não contra.
A juventude é um dom que vira dádiva na velhice, sei que como há as dores e incerteza dos jovens os velhos também têm as suas. São dores de qualquer jeito. Nisso a vida é fria e justa açoita igualmente a todos não respeita idades. Então que chegue a velhice sutil e intensa como chegou e passou a juventude. Sejamos nós mesmos e nos apropriemos dessa nova fase que se apresenta diante de nós com serenidade e o paladar dos provadores de vinhos raros.
Daqui de onde estou recém-envelhecida, em um berço feito de juventude, vejo a vida mais clara, intensa e volumosa, não vejo fim nem decadência. Vejo um longo começo em uma estrada sem fim.