Enchente

Assunto besta esse. Enchente. Óxente não é derivativo, mas é um penduricalho para se mostrar ou tentar ser, além de diabólico para o tema, engraçado nesse ato. Não é não. Enchente já é uma palavra cheia de água (sentiu a graça?!) e relacionada para a classe considerada baixa da população, aqueles a quem não foi dado à condição de primeiro verificar o local, fazer a devida coleta de dados geológicos e, porque não dizer, contar com a boa vontade pública de dizer e ajudar a não construir as casas perto dos rios. Quando não os invade.
Enchente é isso, gente, não óxente. A maioria também vem de outras plagas, considerados invasores de terrenos. Quer ter uma moradia, e isso, essa vontade de ter algo próprio, sair do aluguel e poder sustentar os filhos, os faz sair de suas terras arrasadas pela seca, constantes e habituais. Todos os anos é a mesma coisa, dizem. E não fazem nada para amenizar. Terminar com a cultura e a famosa exploração do coitado mostrando filhos remelentos, magros e cheios de doença... bem, talvez não doença, mas a fome é uma doença também. Foi a ela que me referi. Doença social, para complementar.
Voltemos à enchente. Ela acontece todos os anos, para completar o ciclo de miséria e falta de apoio público. E tenho visto e assinados, declarados e divulgados, milhões de mudas de árvores, de primeira, de segunda e terceira instância, controle do sol sobre elas, as primeiras sendo as que vão proteger a segunda e assim por diante. Não sou botânico, não sou mestre de obras e não sou, principalmente, um escritor de muitas posses. Mas essas, as que tenho, dou o direito de escrever sobre enchente. E com elas, avisar para o poder público sobre como fazer a parceria Enchente x Imposto de Renda.
Não entendeu? Bem, aqui vai uma pretensa solução.
Quem constrói as casas, edifícios e assim por diante? Pedreiros e seus feitores, ajudantes dos primeiros e serventes dos segundo, atentos ao menor detalhe de como deixar ótimo e reluzente para quem paga até vinte mil reais o metro quadrado. Escrevi vinte mil reais o metro quadrado. Com quarenta mil reais se faz uma bela casa com três dormitórios, em local que não acontecerá à enchente. Para isso o poder público deve destinar lotes longe das cabeceiras dos rios e um salutar meio de evitar que as águas, que já existiam e cursavam por esse espaço, a famosa e nunca atingida mata ciliar. Não atingida em seus próprios domínios, quero salientar, em ter pelo menos trinta metros das suas margens defendidas a unha, a grito, a tiro e até a morte. Pelo menos serão menos quando a enchente chegar. Ela vai vir menor se todos colaborarem com essa condição.
Agora o que tem o famoso imposto de “renda” ou o que isso queira dizer. O início é o cadastro. O governo sabe onde cada chefe de família, sua esposa (também, milhares delas chefes de arrimo e apoio ao conforto familiar), seus filhos, todos cadastrados devidamente, onde mora, onde trabalha, quanto recebe por mês, quanto gasta com escola, livros, passeios, condução e assim por diante. Eles sabem. Tudo cadastrado nos mínimos detalhes, assim diz e confere com a malha fina.
Pois bem. Enchente x Imposto (na marra) de Renda (onde estão as ações de empresas?). Evita, para a maioria que se aproveita dessas situações de calamidade considerada pública, que os mesmos tenham o recurso através das prefeituras. Coloca-se diretamente na conta corrente do favorecido. Digam o que disserem, mas o pai de família (ou mãe) sabe muito bem o que comprar, de qualidade, a melhor delas, para ofertar aos filhos. E ao ver e sentir o drama de dar adeus as suas pequenas posses, levadas pela água, saberão com certeza reconstruir no menor tempo possível o que antes o fazia sentir bem e estar bem para ofertar o bem para a família. Enquanto o defensor do povo, dito prefeitos e assim, transformam em mais casos de corrupção, o dinheiro destinado a essas obras. Eles reconstroem as casas, ninguém precisa nos dizer como. E aqueles que, desafortunadamente não nasceram com a característica de saber fazer, contratam os vizinhos, pedreiros, ajudantes, na base de eu faço a minha e depois ajudo a fazer a sua. Mutirão. Enchente x Imposto (na marra) de Renda (onde estão as ações de empresas?). Senhor governo federal, a verba deve ser dada, diretamente, a quem realmente comprovou a perda. Aliás, basta ver na televisão. Confrontar com o imposto de renda do ano anterior e verificar (ter certeza) que ele é o que precisa do dinheiro para reconstruir a vida. E, para confirmar que isso não se repetirá tirar da beira do rio. Ele não é pescador, isso em locais que ainda existam peixe. Ele é trabalhador. Merece o lar. E merece não ter a sua casa invadida, todos os anos, pela água. De beber, tudo bem, da melhor qualidade. Da chuva para aprimorar o solo para receber novas safras, melhor ainda. Agora, como forma de retirar o pouco que se amealhou, nunca.
Enchente. Palavra difícil de suportar. Mas aviso para o próximo ano. Sair das áreas de risco. E pedir as mudas que empresas têm por que ajudar. Uma só não faz o retorno. Mas milhões delas sim. Pense nisso governo, estadual, federal e municipal. Estou solicitando de e para pessoa física, não jurídica. Direto na conta. Como vocês, quando governo, gostam que se faça. A recíproca tem que ser verdadeira, sempre.
Cilas Medi
Enviado por Cilas Medi em 10/01/2012
Reeditado em 10/01/2012
Código do texto: T3432649
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