Bem bonita ou mais ou menos?

 

 

Outro dia, por acaso, vi na tv uma sessão de maquiagem. Fiquei impressionada com a quantidade de pinceizinhos e paletas dos quais o maquiador se servia. E ele não parava de dar pinceladas, ora nas bochechas, ora nas pálpebras ou no nariz da moça. Levou um tempão e ao final, depois de realçar os olhos, encobri-lhe as olheiras e disfarçar um pouco o queixo ela se transformou. Ficou bonita, bonita mesmo. Mas que trabalho!

 

Quando adolescente, tive muitas espinhas. Tantas, que até pensava que minha pele nunca mais voltaria ao normal. E os cravos, então? Um horror! Levaram-me ao médico e ele mandou que eu usasse uns produtos manipulados. Primeiro devia limpar o rosto com um líquido, esfregando bem até que fizesse espuma. Depois, lavar com água corrente e passar outro líquido, este à base de enxofre, que secava logo deixando só um pozinho, tão fininho que nem dava para ver direito, eu podia sair com ele pela rua. Tinha que fazer a operação três vezes ao dia: de manhã, à tarde e antes de dormir. Acostumei tanto que até hoje não sei me recolher sem lavar o rosto. O doutor me aconselhou também a não usar maquiagem, principalmente a base – que era um produto espesso, muito usado naquela época mesmo pelas jovenzinhas, acho que justamente para esconder as malditas espinhas... Também me acostumei, e passei a usar somente o pó de arroz compacto em dias (ou noites) de grande gala, que depois do desaparecimento das espinhas foi igualmente abandonado. Fiquei com o lápis preto para o contorno dos olhos, rímel, blush e o batom. E como sempre uso óculos, o rímel se tornou um problema: é só exagerar um pouquinho que ele engordura as lentes...  Resultado, só pinto os olhos e ponho uma corzinha nas bochechas em ocasiões especialíssimas. Mas não dispenso o batonzinho, ando com ele o dia inteiro!

 

E por falar nisso, até que enfim acabei de descobrir um capaz de permanecer nos lábios por horas a fio. Tenho certeza de que não fico tão bonita, mas é bem mais fácil assim...




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