Assim como um rio.
Assim como o rio que nasce numa pequena lamina d’água, sem forças, sem perigo, que você pode até pegar com as mãos, este mesmo rio mais tarde nos assombra os olhos, quando adquire dimensões de um mar. Então ele segue sua trajetória serra abaixo, circula pelos vales alimenta suas margens, cria cachoeiras lindas, mas segue a destruir plantações e casa ribeirinhas. Mas que logo depois se deixa morrer lentamente nos braços de um mar.
Assim é a nossa vida nascemos frágeis, inocente, puros e belos e no processo evolutivo vai se adquirindo força e beleza, cria-se a maldade, enraíza a inteligência, mas vem o tempo com suas garras afiadas no ataque diário, onde muitos se tornam em seres fracos e expostos às todas as maldades do mundo, ou se tornam em um carrasco para a sociedade e natureza. Mas há os que se equilibram e se tornam imprescindíveis à sociedade e ao meio ambiente, como diria Bertold Brecht. Penso que estes merecem de nós, todas as homenagens e respeito.
É preciso ser rio, mas o que alimenta e irriga por onde passa, que deixa suas marcas, não só de destruição, mas de vida em abundancia, símbolo de harmonia e unidade em perfeita sintonia com a sociedade e a natureza, para que lá frente possa belamente descansar na imensidão azul deste maravilhoso mar, ou que sabe repousar sua cabeça num travesseiro de palhas secas olhando para o infinito azul deste Céu e se deixar levar pelo toque suave das mãos do Criador.
Toninho.
05/01/2012.
Pensando nas terríveis chuvas que assolam minhas Minas e nos heróis que surgem em meio desta calamidade, bem como na nojenta inoperância do Estado em prevenir e preservar vidas e cidades e historia.