DE METALEIRO A SINFONISTA
De roqueiro, metaleiro
Velho virei sinfonista.Tatuado, come-ópio. A Vivaldi, a Tchaikovsky. De poeta revolucionário, guerrilheiro, comunista. Um palhaço sem graça. Chupador de picolé de umbu. Ou da boca da moça novelista. Quero comer gente boa. Nunca quis ser canibal. Pra me tornar otimista.
Dar caviar aos urubus. E churrasco aos cachorros. Largar a mulher maravilha.Dizer adeus a essa porra.Vou dar um calote à dívida externa. Mesmo que a Suiça morra.
Somos do bem ou do mal. A linha que nos separa é invisível e intocável. Fugir do nada da paz. O bem daqui é o mal de lá. Dizemos não estar em guerra. Paz com os bancos e os tributos. Guerra com o filho e a esposa. Amigo do aedes egypt e do traficante. Inimigo do vizinho do lado.
Esquecemos de globalizar a felicidade. O gameta que não furou o óvulo é esquecido. O diabo é aquele lá, ó. Eu, praticante da putaria
sou o santo, o sagrado.