Nesses dias, as comunidades cristãs tradicionais do Ocidente (católicos, anglicanos, igreja reformada, luteranos) tendo celebrado o Natal se preparam para a festa da Epifania cujo significado é “manifestação” e celebra o início da vida messiânica de Jesus, sua vida pública.. A festa é de origem grega e surgiu lá pelo século IV para celebrar a encarnação. As igrejas ortodoxas do Oriente fazem essa festa no dia 6 de janeiro.
Lembro essa festa religiosa para mencionar Ernie Chambers, senador pelo estado de Nebraska que, nada mais nada menos, abriu na justiça dos Estados Unidos, um processo criminal contra Deus. Deus é acusado de ser responsável pelos atos terroristas cometidos por fundamentalistas religiosos (será que Bush vestirá a carapuça?). Deus é também “culpabilizado” por provocar terremotos e desastres naturais, assim como nascimentos de crianças com má formação. Deus teria ainda inspirado textos considerados sagrados, que transmitem medo e insegurança às pessoas com a finalidade de conseguir obediência total e servil.
Pois é. O processo caminhou até o Tribunal de Justiça, mas o Juiz encarregado do processo respondeu ao senador que não poderia abrir o processo contra Deus e condená-lo porque Deus não tem um endereço fixo e reconhecido. “Se o senhor não tem um endereço postal certo do acusado e um número de telefone com o qual possamos nos colocar em contato com ele, não temos como convocá-lo a uma audiência e julgá-lo”.
Pois é.
Aqui nesses vales entre serras e colinas e em várias regiões do Brasil, grupos católicos populares cantam nas folias de Reis: “Ó Deus salve o oratório, casa santa, onde Deus fez a morada”. Se o leitor não me tomasse por dedo duro eu diria que conforme esses devotos, o endereço de Deus é casa dos companheiros, o lugar onde a comunidade se reúne para fazer festa.
Esses pobres testemunham que Deus não é todo poderoso e culpado de tudo o que acontece. Se fosse assim, eles culpariam a Deus de tantos sofrimentos e desventuras de suas vidas. Ao contrário, agradecem a Deus pelo fato dele estar sempre junto deles na sua resistência. Ernesto Badulcci, filósofo e místico italiano, dizia: “ Enquanto não renunciarmos à idéia de um deus onipotente, não compreenderemos o que é o Natal”.
Não que eu seja implicante, mas a imagem de um Deus todo-poderoso, responsável por tudo o que acontece, merece mesmo a acusação e o processo do senador Chambers.
Roger Schutz, que foi pastor presbiteriano e fundador da comunidade ecumênica de Taizé, dizia: “Deus não castiga ninguém. Deus só pode amar. Se não, não seria Deus”.
Epifania... Jesus transformando a imagem de Deus. Ao “derrubar do trono os poderosos”, como cantou Maria, sua mãe – o próprio Deus renunciou ao seu trono e se tornou pequeno e indefeso. Nós somos o endereço desse Deus que nos chama a ser presença e testemunho do seu amor por toda a humanidade.
Lembro essa festa religiosa para mencionar Ernie Chambers, senador pelo estado de Nebraska que, nada mais nada menos, abriu na justiça dos Estados Unidos, um processo criminal contra Deus. Deus é acusado de ser responsável pelos atos terroristas cometidos por fundamentalistas religiosos (será que Bush vestirá a carapuça?). Deus é também “culpabilizado” por provocar terremotos e desastres naturais, assim como nascimentos de crianças com má formação. Deus teria ainda inspirado textos considerados sagrados, que transmitem medo e insegurança às pessoas com a finalidade de conseguir obediência total e servil.
Pois é. O processo caminhou até o Tribunal de Justiça, mas o Juiz encarregado do processo respondeu ao senador que não poderia abrir o processo contra Deus e condená-lo porque Deus não tem um endereço fixo e reconhecido. “Se o senhor não tem um endereço postal certo do acusado e um número de telefone com o qual possamos nos colocar em contato com ele, não temos como convocá-lo a uma audiência e julgá-lo”.
Pois é.
Aqui nesses vales entre serras e colinas e em várias regiões do Brasil, grupos católicos populares cantam nas folias de Reis: “Ó Deus salve o oratório, casa santa, onde Deus fez a morada”. Se o leitor não me tomasse por dedo duro eu diria que conforme esses devotos, o endereço de Deus é casa dos companheiros, o lugar onde a comunidade se reúne para fazer festa.
Esses pobres testemunham que Deus não é todo poderoso e culpado de tudo o que acontece. Se fosse assim, eles culpariam a Deus de tantos sofrimentos e desventuras de suas vidas. Ao contrário, agradecem a Deus pelo fato dele estar sempre junto deles na sua resistência. Ernesto Badulcci, filósofo e místico italiano, dizia: “ Enquanto não renunciarmos à idéia de um deus onipotente, não compreenderemos o que é o Natal”.
Não que eu seja implicante, mas a imagem de um Deus todo-poderoso, responsável por tudo o que acontece, merece mesmo a acusação e o processo do senador Chambers.
Roger Schutz, que foi pastor presbiteriano e fundador da comunidade ecumênica de Taizé, dizia: “Deus não castiga ninguém. Deus só pode amar. Se não, não seria Deus”.
Epifania... Jesus transformando a imagem de Deus. Ao “derrubar do trono os poderosos”, como cantou Maria, sua mãe – o próprio Deus renunciou ao seu trono e se tornou pequeno e indefeso. Nós somos o endereço desse Deus que nos chama a ser presença e testemunho do seu amor por toda a humanidade.