UNIDOS POR ITABIRITO

Desde a madrugada de dois de janeiro não se vê ruas no centro de Itabirito, o rio transbordou e tomou conta de todo o espaço que pôde. Quando o sino da igreja bate seguidas vezes, acelera o coração das pessoas. Cada badalada soa em ritmo desesperado, alertando aos cidadãos, e se inicia a correria para tentar conter prejuízos.

Assistir pela televisão ao sofrimento e às perdas das pessoas é dolorido, e aguça nossa solidariedade, mas não se compara a ver de perto a destruição, a sentir o cheiro forte da lama, a perceber que pessoas do seu convívio diário estão sendo prejudicadas.

O comércio terá perdas incalculáveis. E as maiores perdas vêm dos desabrigados que além de lhes furtarem os bens materiais, há as terríveis perdas morais, e a tristeza de quem presencia seus pequenos tesouros sendo invadidos pela água lamacenta.

Também houve prejuízos naturais, árvores derrubadas, deslizamentos de terra, pastos encharcados. Em meio a todos os dissabores, uma família de capivaras passeia pelas ruas barrentas, não se dão conta das divisas de seu habitat e invadem alheias ao perigo das ruas.

A solidariedade é marca registrada do povo brasileiro, aqui em Itabirito essa virtude é acentuada, estamos nos mobilizando e unidos na ajuda ao próximo daremos a volta por cima.

O Sol começa a nos brindar com seus raios. Aqui a esperança de um ano melhor começa agora, dia três de janeiro.

Lilia Costa
Enviado por Lilia Costa em 03/01/2012
Reeditado em 03/01/2012
Código do texto: T3420481