CASA PRÓPRIA – PERTO, OU LONGE?
Pelo fato de ter adquirido moradia num tempo relativamente curto, é que me sinto mais responsável por pessoas, como aquela mulher que vi no Jornal de uma emissora De TV, ainda ao relento. Ela, com os filhos, catadores de Material Reciclável, se assentam em lugar próximo à Esplanada dos Ministérios para ver a queima de fogos. Diz ao
Repórter: - tenho fé em Deus que terei uma casinha, simples, para morar. Tento entender como pessoas, assim, têm, ainda, fé em Deus. Não entendo, também, como negros escravos, tinham fé a ponto de ser Deus para eles, a única saída para uma vida de escravidão, numa Comunidade, antes, de brancos, seus exatores. Aliás, não entendo quase nada, de nada.
A mulher, pela fé, não vê sua casa, como distante! Perto, mesmo, está sua casa provisória – (até quando?) armada, ali, com o pedaço de lona velha, ao lado do seu carrinho de trabalho. Pareceu-me que está muito confiada naquele que pronunciou: “Na casa de meu Pai há muitas moradas...”
Brasília-DF, 02 de janeiro de 2012 - abello