CONVERSANDO COM UMA VELHA SENHORA

Ontem à noite esteve em meu quarto uma velha senhora. Cabelos grisalhos que usava em forma de coque, presos a um camafeu. Usava uma blusa acinzentada, saia longa listrada de preto, mas com fundo também cinza. Por cima de tudo tinha um avental alvíssimo com rendas bordadas contornando-o.

Era uma simpatia aquela criatura que em momento algum pareceu-me ser uma desconhecida. Era intima até. Sabia da minha vida. Era carinhosa comigo, e parecia estar aqui com algum objetivo específico. E era tão real, como é real este momento. Não sei se me disse seu nome, mas entendi ser “The Mor”, o que hoje me faz um pouco mais sentido se ao juntar as palavras ao contrário chego ao nome Morthe.

Pobre senhora. Em momento algum me deixou assustado, nem agora que eu sei o seu objetivo. Não era sua intenção, certamente fazer-me algum mal, só estar comigo, ou acompanhar-me a algum lugar específico. Sei que a pobrezinha se foi sem ter cumprido sua missão. Quem sabe havia algum “vivente” ou algum “morrente” que lhe inspirou maior atenção. Certamente minhas conversas andam meio chatinhas no momento...

Quem sabe qualquer dia ela volte com novos assuntos e eu tenha algo mais interessante pra contar...

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02.01.12

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 02/01/2012
Reeditado em 12/04/2013
Código do texto: T3418048
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