REBELDE! AOS 60 ANOS?

E quem disse que a rebeldia é privilégio dos jovens? Que só jovem pode protestar, reclamar, não aceitar imposições, botar a boca no trombone?

Pois eu me declaro rebelde, hoje, aos 60, da mesma forma que fui aos 20 anos! Porque das coisas que eu não aceitava, que eu achava erradas ou sem sentido, poucas mudaram. Nunca aceitei desrespeito com coisas sérias e de peso. Não aceito desonestidade, conchavos e falta de ideologia políticos, candidatos com um discurso antes e outro depois de eleitos. Nunca aceitei a violência gratuita contra o ser humano, contra os animais, contra a natureza. Assim como nunca me enquadrei nas datas que parecem inofensivas, como "feliz Natal", "feliz Aniversário", "feliz Páscoa". Trezentos e sessenta e cinco dias infelizes e umzinho feliz? Quem quer isso? Eu não. Eu quero ser feliz todos os dias, independentemente de datas pré-estabelecidas pelo capital. Dia das mães, dos pais, da criança, do professor (?), até dia da vovó inventaram para que os shoppings e as lojas em geral faturem alto. Aliás, professor nem dia tem mais... tem é paulada dos alunos, dos pais, do governo. Abraços, beijinhos nessas datas e depois bye, bye. Esquecem a criança abandonada nas ruas, o ser humano dividindo as lixeiras com cachorros, gatos e ratos. Esquecem a vó, os velhos em geral, atirando na cara uma migalha de aposentadoria. Esquecem o pai, a mãe no frio das filas do SUS esperando por uma ficha que, muitas vezes, só alcançam depois de mortos.

Podem rir, podem me criticar, podem achar que a idade perturbou meus neurônios. Mas eu rebato dizendo que estou com toda a força mental, que continuo crítica e ligada. E vejo! E vendo, não consigo me calar. O vigor da minha indignação é jovem. Porque se não for, ou eu estou morta ou nasci no Planeta errado. Como diz a música: "Eu nasci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim..."

Quem estiver contente com o status quo vigente neste País tupiniquim, que atire a primeira pedra.