Carta de si para si.

Todo dia tenho tentado perdoar as pessoas que me rodeiam.

Todo dia, todo santo dia de minha porcaria de vida (sentido literário) tenho tentado ser diferente, caminhar na trilha que as pessoas pregam e criam e se criam, crendo e massacrando, vou fingindo algumas verdades para não ser trucidado pela truculência da sociedade capitalista. Invento alguns prognósticos e sobre eles vou dando seqüência, levantando cedo da cama a fim de trabalhar, alimentar e alimentar os meus, ter minhas honras de lazer, não sou de ferro e nem pretendo ser, enfim, levando uma vida honesta, justa, digna, que não quer nem saber da vida pessoal dos outro e suas picuinhas malfazejas.

Por outro lado, o que acham ou deixam de achar de minha pessoa, se sou pernicioso, escatológico, lúgubre, precário, amador, ilógico, canalha, pagão, do contra ou um simples polemista incendiário qualquer, não me afeta. Não quero sequer a opinião dos outros a meu respeito, já que não tenho como ser de outro modo, um maneiro puro e simples, pronto a agradar a camareira do hotel, o advogado geral da união, a puta que pariu ou quem sabe a ama leiteira que aguarda para uma derradeira partida de xadrez, num jardim florido... Não!

Se sou o que sou foi porque assim o escolhi. Não remôo nada, não me arrependo de nada, não tenho porque e nem porque me desculpar, não anseio desesperadamente por dinheiro, a ponto de este transformar a vida num objeto descartável, aliás não anseio por nada, absolutamente nada! Vou vivendo e que venha 2012, 13, 14 15..., que venham os anos, muitos!

SAvok OnAitsirk, 31.12.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 31/12/2011
Código do texto: T3416065
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