FORA DE SINTONIA
Pensando bem, eu preciso modificar meu comportamento para poder me adaptar aos novos tempos.
Eu sou daquelas pessoas que “estão com nada” porque:
- Ando pelas calçadas, atravesso as ruas usando as faixas de pedestres (sempre em linha reta, nunca em diagonal) usando o lado direito da faixa e obedecendo ao sinal luminoso ou sonoro;
- Dirigindo obedeço às leis de trânsito, respeito motoqueiros, ciclistas, pedestres, dou a vez aos “apressadinhos” e nos estacionamentos procuro os últimos lugares para que “aquela vaga”, mais próxima da saída, seja utilizada por algum portador de deficiência;
- Nos ônibus dou meu lugar aos mais idosos que eu, às moças grávidas e as que estão com criancinhas ou aos deficientes;
- Não compro CDs pirata;
- Quando saio de casa levo sempre uma sacola plástica para colocar o lixo eventualmente produzido (casca de amendoim, de laranja ou qualquer outra fruta, palito e embalagem de picolé, papel de bombom) para trazer para casa e colocar no local devido;
- Nas compras, não furo filas, obedeço aos avisos de “pequenas compras/ até 10 volumes” não corro com o carrinho para me colocar à frente de alguém que esteja se aproximando do check out, não abro as embalagens nem consumo bebidas ou alimentos antes de haver pago e, quando não quero levar algo que já coloquei no carrinho, ou devolvo para o local de onde tirei ou entrego ao encarregado da loja que está sempre perto dos caixas e da mesma forma que reclamo quando o trôco está a menor, devolvo o excedente quando recebo a maior;
-Não jogo pontas de cigarro nem chicletes mastigados no chão e em qualquer local, mesmo porque não cultivo esses detestáveis hábitos;
- Não arranco folhas das árvores das vias públicas nem roubo plantas de jardins alheios;
- Nas festas, geralmente sou um dos últimos a entrar na fila do bufê e espero pacientemente que o garçom tenha condição de atender à mesa que estou ocupando, sem chamar a sua atenção com sinais, gritos ou assovios;
- Quando vou assistir a algum espetáculo ou participar de qualquer evento espero sentado e em silêncio que dêem início, sem aplausos ou vaias mesmo que seja longo o atraso;
- Respeito os horários determinados de início e de término dos eventos, reuniões etc. e cumpro a palavra dada, mesmo que seja aquela “depois eu te ligo” muito usada em encontros fortuitos e apressados, quando estamos no burburinho do centro comercial;
- Nas refeições como tudo que coloco no prato para que não haja desperdício de alimentos num país de famintos;
- Também não dou esmolas a crianças ou mulheres com “filhos” ao colo, bem como a “malabaristas de ruas” que se plantam nos sinais das vias públicas. Afinal 45% dos meus ganhos são confiscados compulsoriamente em impostos para as diversas bolsas do governo federal. Tem até auxilio reclusão para familiares de detentos;
- Minhas falas não são recheadas de “graças a deus”, “se deus quiser”, “sangue de cristo tem poder” também não sigo doutrinas nem frequento igrejas;
- Não me ocupo da vida alheia, pago meus compromissos em dia, gosto de estudar, de ler, de escrever e procuro sempre passar para os outros aquilo que aprendi, além de ter um profundo respeito pelas pessoas independente de sexo, condição social ou idade.
Mas isso está muito errado.
Esse meu proceder jurássico precisa ser totalmente modificado.
É. Eu acho que em 2012, essa deverá ser minha prioridade máxima.
Tornar-me um cidadão moderno, prá frente, com tudo em cima, para ser digno dos meus concidadãos.
Quem sabe, até me filiar a um partido político de extrema esquerda (ou direita) e arregimentar “amigos” para abrir uma igreja...