MEU CANTO À ARTE

Tenho profunda admiração pelo músico. De qualquer ordem. Tenho devoção à música. Vejo a música como a fala de Deus. Sim, a comunicação concreta de Deus para com suas crias. Não importa em que pedacinho do planeta estejamos. Não importa a crença, não importa a igreja, lá está a música presente, juntando, efetivamente unindo a todos.

Não importa que tipo de evento, do encontro no terreiro de umbanda, passando pelo cultos nas igrejas evangélicas, às missas católicas, lá está a música. Não importa se nos grandiosos centros urbanos ou nas mais longínquas aldeias; lá está a música. Do boteco da esquina, ao jogo de futebol. Do grupo de crianças brincando, aos jovens “curtindo a balada”. Da preparação para a guerra, à comemoração da paz.

Se saída das grandiosas orquestras compostas da diversidade harmoniosa de instrumentos, que encantam, à flauta forjada num pedaço de taquara dos índios remotos, ou do menino da favela maltratando a lata. Não importa. É a música fazendo a verdadeira interação dos homens.

Vejo o músico como sendo o verdadeiro "cordeiro de Deus". O genuíno "Profeta da Alma"

Não sei tocar nem mesmo caixa de fósforo. Mas Deus compensou me oferecendo alguma modesta habilidade na interação da linguagem escrita, através do que tento interagir com o mundo, oferecendo poesia assim como se fora um "caixeiro de ilusões" concretas, mesmo diante da abstração das metáforas.

A voz harmoniosa e farta, o canto, é outra dádiva sagrada. Saber, ter o dom de cantar é uma dádiva sim. A voz a serviço do canto é glória sem batalha. Da ópera mais pomposa à cantoria desafinada da mãe fazendo o filho dormir. Da fábula da sereia ao hino à pátria. Desafino até no "Parabéns prá Você". Perco o ritmo até no "Ciranda, Cirandinha".

Mas me vanglorio dos meus versos, do jeito que herdei não sei de quem, nem como, de dizer da poesia da vida, das dores e das alegrias, das lembranças e dos sonhos, nas confissões e nos conselhos, com a arte na junção das palavras, das expressões, dos versos, nas linhas imitando as águas correntes dos ribeirões, até na inquietude constante do mar.

E sonho como um poeta que queria ser. Queria viver o suficiente para encontrar um poeta, que seja músico, que seja cantor, que seja pintor, que seja escultor...... Bom, seria querer demais. Seria querer encontrar Deus ainda em vida.

Que sejamos todos artistas. Que a vida seja um constante bailar, com a harmonia de músicas quaisquer. Que a vida seja arte. Quaisquer.

Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 30/12/2011
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