Em 07-6-66
Em 07-6-66 completam-se oito dias da morte de Antônio Carvalho e Silva, o “aleijado”, dessa maneira muitos lhe chamavam. O “aleijado”, que não nascera assim. Por descer de um trem em movimento e tendo o esforço de retomar seu lugar, foi jogado impetuosamente e teve uma de suas pernas esmagada. O socorro foi prestado, contudo, sua perna, cortada. A morte do seu corpo inteiro foi evitada, mas a sequela ficou tanto física como espiritual.
Antônio Carvalho e Silva já não existe aqui, conosco, na mesma convivência física. A caridade, que é o maior mandamento do cristão, não lhe foi ofertada de forma devida. Evidentemente que concorreu para torná-lo mais infeliz. Tornou-se amante da bebida alcoólica e violento ficava. Nenhum tratamento lhe foi destinado. O desamor foi comprovado. Ainda morreu de maneira trágica, em acidente ou eletrocutado por maldade.
Antônio Carvalho e Silva, tio desta Autora.
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Do livro “Tópicos Emocionais”, parte integrante da coletânea "Passarela de Escritores". Edições Jacurutu. Teresina, 1997, página 67.
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