O Criador e a Criatura que não deu certo
...”Quando o Criador fez o Mundo ficou eufórico, distraiu-se e fez o Homem...”
Quero chamar a atenção que não sou especialista neste assunto. Sou apenas um cidadão comum, que a duras penas estudou, trabalhou como professor, mas nem se efetivou no Magistério Público. Educou os filhos como construtores de uma Sociedade Igualitária e Justa, e acima de tudo paga em dia seus impostos. Acrescento ainda ser Aposentado pelo INSS, ferramenta com a qual tenho uma vida simples e honrada junto aos meus (aqui não tem ironia). Mas é isso que tenho para a introdução desta matéria.
Há tempos atrás falando sobre subdesenvolvimento, usei uma característica, que de certo modo é polêmica e resultou num flagrante ato de censura. Não! Não foi durante o domínio da ditadura. Foi na vigência do pleno Estado de Direito. E o pior quem fez a censura foi um profissional da imprensa, num ato de incoerência, pois esta e a parcela da sociedade que tanto tem lutado pela liberdade de manifestação. Daí todo meu cuidado de mostrar que “num sou perigoso”. Lendo a História do Homem ( a mais importante das criaturas, imagina se não fosse!!!) vi o quanto ele fez, sempre pensando em si mesmo ou do pequeno grupo ao qual pertence. Quantas lutas travadas e quantas vidas sacrificadas para impor aos demais a sua forma de pensar. Sempre usando a justificativa de que assim o fazia porque queria o bem estar de seus semelhantes. Todas as ditaduras, inclusive as mais sanguinárias, sempre dizem estar “agindo em defesa dos princípios democráticos”. Parece que a Engenharia e a Arquitetura são os instrumentos preferidos, para que de dentro das obras construídas, usando a Palavra e a Ostentação, impor suas idéias. Vou dar exemplos, mas perdoem, nada tem a ver com a ordem cronológica da História. A Torre de Babel é a primeira que me vem à lembrança. Segundo me consta não foi terminada por desentendimento entre os “gerentes” do empreendimento. No nosso mundo político isso é comum acontecer até hoje. Os Jardins Suspensos da Babilônia, as Pirâmides do Egito, Templos dos Incas e dos Maias, Basílicas, Catedrais, templos para cultos de quase(?) todas as religiões. Sempre achei que o grande prejuízo para a Humanidade não está nos astronômicos custos dessas obras. O maior prejuízo está nas palavras que de dentro delas são ditas para subjugar seus semelhantes. E os estádios, estradas, túneis, viadutos e barragens que interrompem o caminhar singelo de um Rio que recebe as ordens da Natureza? São bem comuns? Claro que não! São instrumentos de poder de uma classe que pouco está se importando com os benefícios que poderão reverter para todos.
Tudo o que foi relatado no parágrafo anterior poderá ser encarado como perda de tempo com algo que não é apenas comum, mas também normal. Isso seria verdade se a Sociedade de Consumo fizesse propaganda na Mídia, como faz de seus produtos, do estado permanente de fome em que vive a população de uma grande parte da África e de outros países que agora não me lembro. Seria verdade se se propagasse o estado precário das moradias de uma considerável parcela da população em todos os países do Planeta. Poderia continuar aqui relatando muito mais nesta crônica (É possível que já existam infinitos livros tratando do mesmo assunto). Mas o que me deixa perplexo é quando ouço dizer que o Criador fez o Homem à sua Imagem e Semelhança. Se a intenção realmente foi essa deve ter havido um estado de euforia que provocou uma distração e resultou num lamentável e catastrófico erro. (oldack/22/12/011).