Promessa de Ano Novo

PROMESSA DE ANO NOVO

Ano Novo, vida nova. Ele já não aguentava mais ouvir este chavão, infalível nesta época do ano.

Não que ele não fizesse promessas de Ano Novo. Ao contrário, fazia-as, e muitas. Mas, como eram promessas mirabolantes, nunca havia conseguido cumpri-las. Assim, chegava ao fim do ano frustrado, cansado, decepcionado consigo mesmo.

Entretanto, não se decidia a deixar de fazer promessas. Ainda desta vez, não iria deixar passar a ocasião. Resolveu ser mais modesto, porém, e fazer uma única promessa, assim quem sabe, cumpri-la-ia.

Prometeu então que este ano iria aceitar-se como era, com suas qualidades e defeitos. Nem ousava prometer eliminar nem mesmo amenizar um só defeito. Apenas aceitação, iria ser sua promessa de Ano Novo.

Aí descobriu que, para aceitar-se, deveria primeiramente conhecer-se. Como aceitar aquilo que não se conhece? Quem ele realmente era? Quais as qualidades que possuía? Quais seus defeitos? O que sentia, como agia e reagia nas diferentes situações que a vida lhe impunha? Lembrou-se do filósofo grego: “Conhece-te a ti mesmo”.

Percebeu então que fizera uma promessa muito maior do que imaginara. Teria trabalho o ano todo, dia após dia mergulhando dentro de si mesmo, buscando conhecer-se, analisar-se, encontrar-se.

Foi então que compreendeu que, ao fazer aquela única promessa de Ano Novo, havia, na verdade, feito uma promessa para todos os Anos Novos que lhe restavam viver.

Lu Narbot
Enviado por Lu Narbot em 28/12/2011
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