Não faz sentido...

Uma gata havia parido três gatinhos em cima do telhado da casa. O tempo passou e os filhotes foram crescendo. Dois eram cinza e um pretinho. Por algum motivo ela conseguiu tirar dois de cima do telhado, ficando um sozinho ali. Ele estava com fome, a mãe o havia abandonado e não voltaria nunca mais. Telhado quente, fome e sede o fizeram vagar de um lado para o outro, num miado infernal que dava pra se ouvir até nas nuvens!

Um bem te vi que por ali passava ouvindo o desespero do gatinho voou para perto a ver o que acontecia. Vendo a dificuldade do pobrezinho e sentindo a sua necessidade de um pulo foi até o chão e trouxe em seu bico um pedaço de pão que achara por ali.

Receoso não se aproximou para entregá-lo ao gatinho ao que vendo o bem ti vi, disse:

- Pode vir até aqui, estou muito fraco! Miauu, miauuu!!

- O bem te vi disse – Bem que eu gostaria, mas és um gato e gatos caçam pássaros... Se eu for até você, de um pulo podes me abocanhar!

- Imagine, não faz sentido! Por que eu faria isso, sendo que estás me ajudando, trazendo esse pedaço de pão para matar-me a fome?! Se eu não comer vou acabar morrendo... Não seria justo.

- Está bem, é verdade! É razoável seu raciocínio. Já que é assim, creio que tens razão!

Nisso o bondoso bem te vi voou, aproximando-se do gatinho para entregar-lhe o pedaço de pão. E no instante em que pousou bem pertinho do bichano... De um salto o gatinho abocanhou-lhe pelo pescoço e começou a estrangulá-lo.

O bem te vi desesperado, tentando de todas as formas se desvencilhar dos afiados dentes do gatinho, gritou:

- Você disse que não fazia sentido e que não seria justo, que não faria isso?

- Pode até ser, falou de boca cheia o gatinho, mas não é questão de fazer sentido ou não, é a natureza, o instinto! O meu instinto é de caçar para me alimentar.

Lição: Nós temos duas naturezas, a carnal e a espiritual. A carnal quer seguir os instintos, de fazer o mal, bem próprio do ser humano, desde que entrou o pecado na terra. É o fazer a minha vontade. O santo apóstolo Paulo escrevendo sobre isso diz: “O bem que eu quero fazer eu não faço, o mal que eu não quero esse domina...” Claro que se eu alimentar essa natureza serei escravo sempre dos atos pecaminosos, portanto, sem salvação. Por sua vez, temos a natureza espiritual que segue a vontade de Deus. Essa natureza é contrária ao mundo, porque o próprio “evangelho para o mundo é loucura!” “Mas, onde abundou o pecado, superabundou a graça de Cristo Jesus”, portanto, é possível alimentar essa natureza e reservar assim a salvação eterna.