A Lição

Acabamos de assistir a uma verdadeira aula de futebol. Barcelona e Santos disputando o título mundial não foi um jogo. Foi uma exibição da equipe espanhola que os nossos cronistas estão taxando como um time fantástico. Um futebol do outro mundo. Pura mentira.

O Barcelona começou a ganhar a partida na véspera quando deu folga a todo o seu elenco. Os casados que haviam levado suas famílias ao Japão e os solteiros que puderam ficar a vontade. Isto prova que o Técnico Pepe Guardiola conhece o nível de seu elenco. Enquanto o Santos concentrou toda a sua equipe para o grande encontro. O Barcelona não jogou um futebol do outro mundo. Ele fez o simples, como o futebol tem de ser jogado. Bola de pé em pé. Encurtou o campo para o Santos, e com um jogador sempre desmarcado para receber a bola. Nem o goleiro espanhol “rifa” a bola quando faz uma defesa. Isto requer bom preparo físico e muita concentração.

Sem falar na diferença de qualidade dos jogadores. O Santos foi convidado para um baile de gala e se apresentou de sandálias. A começar pelo seu técnico que bem poderia ter se apresentado de terno e gravata. Isto não ganharia a partida, mas daria outra impressão do futebol brasileiro.

Tecnicamente, o Santos não se preparou para esse torneio. Teve muito tempo mas achou que daria para vencer com Edu Dracena, Durval, Elano fora de forma. O próprio Paulo Henrique Ganso que é mais escorado por grande parte da imprensa do que pelo seu futebol. Sobraram Borges e Neymar que não tinham uma marcação especial, mas sempre tinham dois adversários a vigiá-los, automaticamente.

O Barcelona jogou futebol como tem de ser jogado, no chão, como há 50 anos o treinador Gentil Cardoso dizia a seus comandados: “A bola vem do couro da vaca, não vem? A vaca come capim, não come? O capim vem do chão, não vem? Então é ai que a bola deve rolar. Na grama, não com chutões”.

O que sobrou para nós brasileiros desta lição: Temos de mudar de atitude. A imprensa, parte dela, não deve endeusar qualquer garoto que apareça. Neymar, realmente é um excelente jogador. Mas aparecerão outros jovens de talento que precisarão ser preparados, sem bajulação. Por que senão, para a Copa de 2014, iremos precisar de Adriano, Ronaldinho Gaúcho, e até Roberto Carlos.

Vamos aproveitar a lição que Messi, Iniesta, Xavi, Puyol, Daniel Alves e Piquet, nos deram.

Laércio
Enviado por Laércio em 25/12/2011
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