O BOM VELHINHO
Se o computador com a Internet, a televisão e seus inúmeros canais e os atuais meios de transporte são produtos da invenção moderna, como pôde um pastor de renas tornar-se tão conhecido em todos os continentes há tantos anos atrás?
Ele é único!
Reconhecido em suas vestes predominantemente vermelhas, o obeso ancião é o convidado de honra na estação natalina. Às vezes, rodeia o pinheirinho no silêncio da noite, mas não passa despercebido; deixa indícios de sua presença, quer ao atender pedidos, que são muitos, ou no surpreender com generosas dádivas, gesto característico de sua bondade; não se esquece de ninguém!
Sim, ele é único!
Cabelos grisalhos, faces ruborizas, simpática pança avantajada, botas negras, saco ao dorso ... Na tenra idade, perguntava-me como seria possível esse personagem vindo do frio deixar a cidade de origem e render-se a cada lar para alegrar o coração das crianças, dos indivíduos solitários e dos desamparados no mundo todo?
Único ele é, mesmo!
Não conheço o idioma lapão, língua ugro-fínica ou fino-úgrica falada pelos povos da Lapônia. Mas, imagino que nas regiões próximas ao polo norte paz, amor, felicidade seriam sinônimos; significariam bens mui valiosos traduzidos na expressão "ho! ho! ho!"
E' único, ele!
Quisera que o Bom Velhinho se mudasse para junto de nós! Teríamos então ente ilustre e de rosto amigo na vizinhança. Cotidianamente, receberíamos presentes contagiantes: boa convivência, piedade, solidariedade ... comunhão entre um número maior de homens (e de mulheres) de boa vontade.
Único, verdadeiramente, ele é!
Permanecendo conosco, sempre seria Natal. Assim, toda manhã, na tarde de cada dia e noite após noite, ao avistá-lo, substituiríamos comuns "Bom Dia!", "Boa Tarde" e "Boa Noite" pela carinhosa saudação:
- Feliz Natal, Papai Noel!