Poetas

Poetas possuem um tipo de doença crônica na alma. É algo como uma alergia, que reage de forma grandiloquente e exagerada às tristezas, às perdas, às desilusões. E a reação dessa alma assim sensível são palavras que nos tocam profundamente.

Poetas têm em si a mesma estrutura que permite às ostras transformar em pérolas intrusos grãos de areia que irritam sua consistência sensível. E tão sensíveis são que qualquer mal, qualquer dor, qualquer pedaço lascado de vida cria jóias perfeitas, cintilantes, nacaradas...

Poetas têm o dom de multiplicar alegrias como um caleidoscópio, que espelha dentro de si os brilhos e cores de pedacinhos multicoloridos de vida. Quanto mais se olha, quanto mais se gira, quanto mais se lê, mais essas alegrias saltitam e nos encantam.

Poetas são pessoas diferentes, escolhidas para disseminar a sensibilidade, exaltar o amor e tocar com um dedo mágico o coração da gente. Por isso admiro aqueles que têm o dom de colocar nas palavras uma aura de encantamento que as torna mais que rimas: torna-as preciosidades.

É assim que vejo minha amiga poetisa, bela como a histórica capital onde mora, sensível como os pássaros que habitam as florestas de seu Estado, delicada como as flores que se escondem entre as lianas das frondosas árvores da Amazônia...

Que os espíritos ancestrais de nossas florestas conservem sua alma sensível para além da destruição das matas e dos corações humanos, porque precisamos da luz dos poetas para nos fazer enxergar a esperança.

(Para Roseane Ferreira)

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Este texto faz parte do Exercício Criativo "Amigo Oculto - 2011".

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