Amantes da Literatura

Como? Amantes da Literatura?

Tenho uma confissão a fazer após ouvir: “O tempo está passando rápido demais, não temos mais tempo para nada...”. O que realmente acontece é que estamos cada vez mais ocupados para aproveitar o momento, o tão conhecido e reconhecido: “Carpe Diem”! Bem! Ideologia a parte, quero lhe apresentar meu Amigo Leitor; as “Amantes da Literatura”!

Somos mulheres tão ocupadas, como qualquer outra mulher, mas, deixamos durante uma tarde do nosso mês os nossos afazeres para nos reunirmos em um grupo pequeno para falar, estudar, escrever, ler..., tudo; o que envolve a Literatura. E, até, já publicamos um livro, com os trabalhos produzidos, o título: “Tardes de Prosa”.

Em um desses encontros, a escritora Leda Coletti sugeriu para que; o grupo tirasse dias livres para escrever mensagens natalinas, de alegria, amor e paz para analfabetos, ou, para aquelas pessoas que não mais podem escrever com problemas de visão, nas mãos, ou, qualquer outro caso. Além de apoiar a idéia brilhante da Leda, o incentivo do grupo foi para ir além e partir para a confecção dos cartões. E, assim foi feito! Papel, cartolina, cola, giz de cera, tesoura e boa vontade, alegrou a tarde de todas.

A escrita aconteceu entre os dias 20 e 22 de Dezembro. Oito voluntárias fizeram rodízio entre manhã e tarde no Terminal Central de Integração, mais de 300 cartões foram feitos e escritos por todas. Este gesto simples proporcionou um retorno imensurável em alegria, emoção e motivação para todas. Cartões foram escritos para crianças, jovens, idosos, moradores de rua, e, enquanto, a escrita ia desvelando sentimentos, a pessoa atendida contava a história da sua vida. Alguns estão longe de casa, e, contam ter uma saudade dolorida pela falta dos entes queridos, outros procuram reconciliação, mães declaram amor aos filhos distantes... Emoção foi a palavra chave no coração de cada uma das voluntárias!

Neste contexto me senti a própria personagem do filme Central do Brasil, a Dora (Fernanda Montenegro). No filme, Dora escreve cartas para analfabetos na estação de trem. Ouve histórias de vidas de uma população migrante, que tenta manter os laços com os parentes e o passado.

Vou aqui pedir permissão e reproduzir o comentário generoso enviado pela escritora Carmem Piloto: “Queridas Meninas: Fiquei tão emocionada com o artigo da Gazeta de Piracicaba falando de vocês! Que atitude bonita e fraterna que comove os seres humanos que lembram de sua natureza para o Bem e para o Altruísmo. Fiquei orgulhosa em ser amiga de vocês. Aliás, digo mais, aqui no trabalho já estamos colocando os cartões do ano de 2011 em uma caixinha para recortá-los para vocês usarem em 2012 porque estamos convictas do sucesso da iniciativa. Queremos colaborar no material a ser doado.”

Para todos que ajudaram as “Amantes da Literatura” um Natal repleto de encontros alegres motivados pelo amor, pela solidariedade, mergulhados em cada gesto, em cada palavra, em cada coração. Ah! Esta sugestão não é minha, mas, de um menino em sua manjedoura, e, olha, ele mostrou ao longo da sua vida a importância de se viver o “bem querer”.