“ATENÇÃO MULHERES: DIREITOS [QUASE] IGUAIS NÃO”

Às vezes me dá vontade de rir muito com o pensamento feminino. Mais especificamente com algumas mulheres que me rodeiam ou me deparo vez por outra, em algumas situações específicas. São engraçadas com muita espontaneidade, sutileza e “malandragem” [risos]. Adoro as mulheres. São tão crianças e pilhéricas como os homens. Direitos iguais para eu dizer isso, elas não podem me tirar...

O feminismo começou a ganhar espaço no Brasil ainda no século XIX, mas somente no século XX foi que passou a ganhar maior expressão e “voz”. O interesse maior era o de subverter, questionar ou descentralizar a ordem de um mundo machista. O cenário político brasileiro assistiu a diversas e incisivas manifestações “deste público tão especial”. Os direitos de posição e participação equilibrada no desenvolvimento do país, e principalmente de eliminação das históricas desigualdades de gênero fizeram parte do “discurso de posse de um pretenso novo modelo de sociedade”. Mais justa para as mulheres. Com direitos iguais para todos os indivíduos, independente de gênero.

Nos últimos anos, assistimos mulheres participando de todos os setores da produção, trabalhando em máquinas pesadas, melando a mão de graxa, dirigindo caminhões e ônibus, assumindo inclusive a chefia de suas casas. Uma maravilha... Direitos conquistados, considerações feitas, vamos às exceções...

O que achei cômico outro dia foi que uma jovem, agente de saúde, de combate a endemias, esteve na casa de minha mãe para olhar se a caixa d’água estava em ordem, afinal todos sabem que a dengue é ameaça constante. A jovem colocou a escada na parede e quando ia subir minha mãe disse: - Daniel ajude a mulher, suba na escada, você é homem! Engraçado, ela é pedagoga e deveria saber essa lição melhor que eu. Não se lembrou da lição do movimento feminista: direitos [e deveres] iguais para todos. Eu imediatamente [e preguiçoso] retruquei: - mãe, os direitos são iguais; deixe a jovem fazer o seu trabalho.

Não são poucos os casos em que me deparo com essas situações em que mulheres, em determinadas circunstâncias [não era o caso da agente de endemias que esteve na casa de minha mãe fazendo seu trabalho], não assumem a aquisição de seus direitos, conquistados pelo movimento feminista.

Pegar um pesinho besta, parafusar alguma coisa, tentar consertar outra, trocar uma lâmpada, trocar um botijão de gás, um pneu furado, cavar um buraco no muro, e outras coisas que as leitoras sabem do que estou falando.

Inclusive, algumas acreditam que podem bater, xingar, desmoralizar e até mesmo espancar homens, maridos, namorados porque nesse caso, a lei Maria da Penha lhes garante o direito de não apanharem ou receberem o revide na mesma proporção. É claro que não estou defendendo a violência, que, aliás, não chegue a existir [viu mulheres e homens]. Estou destacando que as mulheres também não deveriam provocar ou praticar nenhum tipo de violência às pessoas do sexo oposto, em nenhuma ocasião, para que os direitos sejam efetivamente iguais.

Não se trata aqui de generalizar, porque existem muitas mulheres fazendo a diferença e fazendo jus ao que preconizou o movimento feminista. Direitos iguais para mulheres e homens já! A realização de atividades presumidamente masculinas não “desfeminilizam” [um neologismo aceitável] a mulher e também, atividades presumidamente masculinas não “desmasculinizam” os homens. Os direitos são preterivelmente iguais. Para sermos felizes, sem falso romantismo, com completa cumplicidade, com ressalvas para as demonstrações mais puras de amor. Para as mulheres que ainda não aderiram às atividades masculinas ATENÇÃO: DIREITOS [QUASE] IGUAIS, não, por favor!

DANIEL G B NICOLAU
Enviado por DANIEL G B NICOLAU em 23/12/2011
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