Quero ser caravana!

Existiu a alguns anos um  homem chamado Ibrahim Sued,filho de árabes,nasceu no Rio de Janeiro em 1924 e faleceu em 1995.Os mais jovens nem desconfiam quem seja,mas tudo bem.
Era uma figura “diferente”.
Juntamente com algumas personalidades fundou o Clube dos Cafajestes(no bom sentido).Foi repórter,trabalhou em vários jornais, cobriu importantes acontecimentos e finalmente se dedicou a coluna social,tinha livre acesso aos grandes acontecimentos cariocas,mas por isso mesmo era um perigo ambulante... Publicou vários livros que foram recorde de vendas.
Hoje existe em frente ao  Copacabana Palace  uma estatua em sua homenagem,não foi à toa que se deram a esse trabalho se ele não fosse alguém que se diferenciou dos demais.Como toda pessoa que se destaca,sempre foi criticado por muitos, amado por poucos e odiado por alguns... 
Ele sabia como ninguém tirar de letra os aborrecimentos a que todos nós estamos sujeitos.
Por que me lembrei dele?
Por que me lembrei de uma frase que ele sempre repetia em relação às criticas negativas, olhares de reprovação e as censuras que recebia.Dizia que elas não o afetavam,não o atingiam, nem por  um segundo ,simplesmente as ignorava ,e explicava seu comportamento,seu modo de pensar em relação a elas:

“Os cães ladram e a caravana passa...”

Para mim essa frase vale ouro,explico por que.
 Lembro dele quando me sinto ofendida, recriminada , tendo que me deparar com pessoas  falsas, trapaceiras e maldosas,gente que considero “non grata”,mas que por força das circunstancias tenho que “engolir” quando minha vontade é grudar no pescoço dela e estrangular a “marditinha”...
Luto muito, mas algumas vezes consigo seguir sua “filosofia”, preciso aprender a ser caravana, estou quase conseguindo, mas não garanto por quanto tempo. Principalmente agora nas festas de final de ano, com todo mundo com aquela expressão “de boa vontade” grudada no rosto só até meia noite do dia 25 ...
 
 
 
M.H.P.M.