MEDITANDO

Esta Crônica foi selecionada pela Pref. Municipal de Uberlândia e Sec. Municipal de Ed. e Cultura, e consta no Livro de Contos e Crônicas, lançado em 10/12/11.

UM DIA NO CLUBE

MEDITANDO

Hoje, domingo primeiro dia do mês de novembro de 2009.

Eu separei uma parte do tempo para fazer uma meditação, o local escolhido, a beira de um rio, próximo a uma árvore que parece ter mais de cem anos, bem o local é o interior de clube social de nossa cidade.

O dia está quente, excelente para uma pescaria, e um casal se aloja perto de mim e se prepara para lançar suas varas nas águas que correm bem mansas naquele lugar.

Observo que outras pessoas se locomovem para as áreas das churrasqueiras e bem perto uma jovem balança em uma rede empurrada por uma pessoa bem idosa, enquanto crianças passam correndo atrás de uma bola.

O som que se ouve no local é proveniente de algumas cigarras e do rio que desliza em seu leito, bem perto de uma cachoeira que não é natural foi construída no local, pelos funcionários do clube.

Chega uma turma liderada por um torcedor vascaíno, com a camisa número 9, ele está satisfeito, comemora o regresso de seu time a elite do futebol brasileiro.

Mas, as minhas atenções se voltam para as águas do rio, um dos quatro elementos essenciais em nossas vidas, os outros são: a terra, o ar e o fogo.

Quanto ao elemento terra, meus pés estão em solo firme, mas não me esqueço que um dia o meu corpo se transformará em pó e ao pó voltará.

O elemento ar, não pode faltar em nossa existência, sabemos que uma pessoa bem treinada, pode ficar até perto de dez minutos sem ar, enquanto no real, cinco minutos sem ar é suficiente para nos causar danos, levando-nos a morte ou deficiência motora.

O fogo, depois de sua descoberta, transformou nossas vidas, a indústria teve o seu desenvolvimento, foi criada mais uma opção em nossa alimentação, passou a ser cozida.

Na Grécia antiga, o fogo era divindade e era colocado em um cômodo reservado da casa, onde a família prestava o seu culto e sua presença era obrigatória, de manhã, à tarde e a noite era permitida diminuir a sua intensidade, a madeira era especial, tratava-se de uma divindade.

Do meu local vejo o fogo em muitas churrasqueiras, mas ele está vivo dentro de nós representado pelo espírito, pela nossa alma, quando ele se extingue aí é outra história.

Agora, vou para outro local, o casal que estava pescando continua no mesmo local se preparando para sair, não pescou nada e eu vou até a sauna encontrar com os amigos e colocar a prosa em dia.

As cigarras continuam cantando e o rio com suas águas bem limpas continuam purificando sua trajetória.

PÉRICLES NEVES.