A dor e o mel.
Pedras que caem sobre os joelhos e dilaceram os ligamentos do movimentar-se. Pedras que caem nos olhos e apagam a retina para não enxergar os movimentos do mundo. Pedras que pesam sobre as mãos para dificultar o manipular das coisas do mundo. Pedras que caem sobre meu corpo e criam uma dor intensa. Quero gritar!!! Não posso...as pedras mutaram minha voz. Sou um silêncio de dor... Que fazer com um passado? Que pensar para um futuro? A dor dilacera... Finjo ser Pessoa para esconder a dor que deveras sinto.Finjo ser qualquer coisa ...finjo ser um pássaro e voar para além de mim. Finjo ser eu mesmo para acreditar que a dor não é minha e apenas do meu pensar. O poeta é um fingidor,mas eu não estou fingindo com esta dor. Ela dói...e dói tanto como a um pássaro com asas quebradas que não pode fugir de um gavião. Hoje sou pássaro sem asa,sem galhardia,sem poder pisar o chão. Estou cão-sem-dono esvaindo-me na fumaca do cigarro,esgueirando-me nas músicas que ouco. Quem me dera um pouco de mel e uma picada de abelha. Os dois opostos: a docura e a dor. Mas,o que é a vida senão isso?....