HUMOR – Ganhar na “Giga-sena” é facílimo - Parte I
 
HUMOR – Ganhar na “Giga-sena” é facílimo - Parte I – 20.12.2011
 
     Confesso que fiquei em dúvida se deveria publicar este texto ou deixá-lo no meu arquivo indefinidamente. O que me levou a criá-lo foram as várias investidas do Senador, Doutor Álvaro Dias, do Paraná, dos quadros do PSDB, que já governara o seu Estado, dando conta de suas desconfianças a propósito de possível vulnerabilidade no esquema de sorteios da Caixa Econômica Federal, cujos sortudos são contemplados com verdadeiras fortunas, que quase nunca vêm para um pobre ganhador nordestino. 

     Ainda por cima as recentes notícias de que a Caixa, patrocinadora dessas loterias, estaria comprometida com operações irregulares de compra de títulos (papéis negociáveis em bolsa ou até fora dela, ações, debêntures, títulos governamentais, etc., naquilo que se chama “Mercado de Capitais”), por preços altamente supervalorizados, alguns até de 5 x 1, segundo estimativas; e isso levaria o governo federal a amargar um prejuízo da ordem de um bilhão de reais. Nada estou afirmando, todavia vendendo pelo mesmo preço da fatura. Afinal a Caixa é uma entidade dirigida por pessoas físicas.

     Bem aqui num país vizinho, fronteiriço ao nosso, copiaram a tal “Mega-sena”, todavia deram-lhe o nome de “Giga-sena”.  Lá os premiados não são disseminados em todos os recantos do território nacional, as oportunidades parecem não ser para todos, diferentemente dos nossos sorteios, que são feitos dentro de uma honestidade a toda prova, porquanto as bolinhas numeradas são retiradas do globo uma a uma e duas vezes por semana. 

     De minha parte, gostaria de dar um depoimento, porquanto desde o início, ou seja, desde a criação dessa modalidade de jogo de azar, que eu tento, mas nunca fui vitorioso em nenhum sorteio, nem mesmo com uma “quadra”, quando se acertam quatro dezenas das sessenta que compõem a tabela fornecida pelos lotéricos. Bom notar que quase sempre aposto oito números, que me custam R$ 56,00 reais, entretanto a conta sempre chega aos R$ 60,00 por conta de outras opções de jogos, a quina diária, por exemplo.

     Pois é minha gente esses sorteios de que o governo agora tem o monopólio (e estão perseguindo até os banqueiros do bicho, esse que é considerado o jogo mais antigo do país, e que é realizado muito mais na base da confiança que os proprietários das bancas mantêm perante os viciados em fazer uma fezinha). Na semana passada fizeram uma blitz em quatro estados da federação, utilizando-se de mais de mil policiais, resultando na prisão de quarenta e quatro contraventores, geralmente donos/responsáveis por pontos de jogos nas favelas e nos morros visitados.

     Acabo de ver na televisão, no jornal da BAND, que no dia de hoje a polícia localizou mais de dois milhões de reais escondidos numa belíssima casa, em lugares os mais esquisitos possíveis (buracos nos jardins, rede de esgotos, fundos falsos de móveis, de sanitários e outros tantos, que pertenciam a um famoso banqueiro que conseguira escapar da prisão dias atrás. O que se propagava até então era que esses contraventores eram verdadeiros deuses nessas comunidades exploradas, pois mantinham o emprego de milhares de pessoas, dando-lhes, inclusive, assistência social gratuita (saúde/medicamentos e até “cestas básicas”). É o tal negócio, se o governo não entra aonde a constituição o obriga, isso abre brecha para que pobres sem opções de vida se bandeiem para o lado fácil da prática de ilícitos, porquanto têm de sustentar suas famílias.

     Não quero e nem estou tendo a veleidade de defender o cometimento de crimes e contravenções penais por quem quer que seja, mas a verdade é que segundo se conta o jogo estaria ligado por cordão umbilical ao tráfico e uso de entorpecentes, vício este que está levando as famílias brasileiras à loucura. Imagine-se que em quase oitenta por cento do território nacional (inclusive no interior dos Estados, claro) já se consome drogas e em muitos se pratica até mesmo o refino. O crack me parece vem dominando de vento em popa.

     Sinto-me obrigado, entretanto, a fazer uma digressão. Não vou me estender muito sobre essas drogas, pois acabo fugindo do ponto central proposto no tema, inclusive porque não domino o assunto, tendo de recorrer a repositório de dados da internet, mas apenas dizer, pois muita gente ainda não sabe bem do que se trata: “Crack é uma droga, geralmente fumada, feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio. É uma forma impura de cocaína e não um subproduto. O nome deriva do verbo ’to crack’, que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.

     Essa blitz foi uma boa medida? Claro que sim, e até dirigentes de ricas escolas de samba estão enfronhados nessas atividades. O que me deixa assim meio embasbacado é que todas as vezes em que há uma denúncia de escândalos no governo federal eles acham um meio de desfocar a matéria e colocar outra na mídia, que é quem mais fatura nessas propagandas governamentais.  
    
     Como se sabe, os oposicionistas estão insistindo na apuração do aumento significativo do patrimônio do ministro Fernando Pimentel, fato ruim para as lides da situação. Mais ainda: No ano passado, se todos se lembram, houve uma batida muito forta à procura de delinquentes nos morros cariocas, e o que se viu foi poucos dias depois aqueles incêndios que fulminaram barracões e alegorias desses Grêmios Recrativos, nome mais requintado, levando governos dos três níveis a socorrê-los com dinheiro vivo para não haver prejuízo aos desfiles. Mas teria sido algum revide?!


     No país vizinho, numas aulas de técnicas de computação, professadas por um brasileiro, grande engenheiro da área de informática, um inteligente aluno que era funcionário da CAIXA de lá pôde perceber que se existisse coisa mais fácil de se praticar seria justamente fraudar não os sorteios da “Giga-sena”, mas tão somente fazer uma simples mudança na programação que comanda internamente o pertinente sistema. Sim, porque o sorteio seria difícil, pois as bolinhas eram retiradas uma a uma e com fiscalização de auditores particulares na presença de muita gente e até transmitida pela televisão.

     Peço permissão para continuar depois, a fim de não tornar o texto muito longo e cansativo para os leitores; todavia, pretendo que o final seja bom.


 
Ansilgus
Em revisão.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 21/12/2011
Reeditado em 22/12/2011
Código do texto: T3400423
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