Células do Amor

Hoje graças a Deus deu tudo errado.
Logo cedo, meu novo velho carro não pegava.
Um empurrão aqui, um xingo ali, ele viveu.
De mãos amassadas, cara suja, lá vamos nós.
No primeiro semáforo o trânsito pára.
Lá está eu no meio da rua ouvindo buzinas.
Mudo de faixa de rolagem.
Lembro de voce meu amor.
Os carros do lado andam. A faixa que fui, não.
Eu continuo parado. Coço a cabeça. Limpo os óculos.
O calor do rosto embaça as lentes.
Lembro de voce. Quero dizer que te amo.
Saco meu celular. Bateria fraca.
Só me resta pensar em voce. Associo nossas vidas.
Imagino voce desmontando sua árvore de natal.
A árvore viva cresceu nesses tempos de enfeite.
Os sonhos tambem e foram embora.
As esperanças voltam para as caixas.
Ano que vem tudo de novo.
Será que árvore crescerá? Será que definhará?

Será que nosso amor atrapalhado como transito
de fim de ano, andará junto? Ou separado?
Lembro de voce meu amor.
Não quero pensar que nosso amor é como
um celular pré-pago.
As vezes não tenho crédito, para botar créditos.
As vezes não tem bateria.
As vezes o transito não anda.
As vezes dá tudo errado.
A única coisa certa que tenho certeza,
É que eu amo voce.
Graças a Deus.
Augusto Servano Rodrigues
Enviado por Augusto Servano Rodrigues em 08/01/2007
Reeditado em 27/08/2007
Código do texto: T339953
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