Mini Games
Eu era feliz e não sabia...
E nem tem tanto tempo assim, em que minha/nossas viagens de ônibus eram infernizadas pela febre da época, o passatempo da hora dos engarramentos (que hoje estão consideravelmente piores), que a poluição sonora vinda das irritantes buzinas dos impacientes motoristas era completada pelo som dos mini games dentro dos ônibus. Era em qualquer ônibus e a qualquer hora do dia. Lá estavam eles, cantando freneticamente uma musiquinha a quem estaria prestes a quebrar o record daquele joguinho de encaixar as peças que iam caindo, e perturbando a paz de quem era praticamente obrigado a aturar sem falar nada, pois reclamar nunca adiantou pela concentração de quem não podia nem piscar pra não descer uma peça errada e o jogo ir para o brejo. Mas eu era feliz, considerando que os mini games de ônibus deram uma trégua, na verdade deram lugar às irritantes musicas de celular.
São pagodes, funks, louvores, música clássica, ops, música clássica não, isso é em outra crônica. Um ruído (por que som é a justa compreensão de um barulho, é o sentido que um ruído tem) pra calar e envergonhar os extintos sons dos mini games. Aquelas plaquinhas que ainda vemos nos ônibus (proibido rádio ligado com som alto) hoje em dia não servem mais pra nada, mas as empresas dos ônibus (por deboche só pode) insistem em deixá-las nos ônibus em lugar bem visível.
O respeito ao próximo terminou, e o desrespeito à cultura impera, sobretudo quando se ouve um celular tocando funk (se esforçando dá pra saber que é funk), dentro do ônibus com uma pobre “montagem” tendo como base aquela antiga e agradável musiquinha do mini game...
Isso é perseguição!