ESCOLHI A PROFISSÃO ERRADA OU SERÁ MESMO O FIM DO MUNDO?

Faz tempo que deixamos de receber mensagens do nosso real interesse. Diariamente, ao abrirmos a caixa de correspondência (e-mail), nos deparamos com muito lixo, coisas inúteis. São dezenas, centenas de pedidos, spans, correntes e aqueles famosos avisos de depósitos de dinheiro (referentes ao pagamento de um serviço que você não prestou), naquela sua conta bancária que você nunca teve e nem sabe se abrirá um dia.

Agora, no final de ano, o número de e-mail recebidos triplica, com mensagens de Natal, Feliz Ano Novo e muitas, muitas previsões para o ano que se aproxima.

Pois bem... Depois de três dias sem consultar a minha caixa de mensagens, resolvi, hoje (19.12), no finalzinho da manhã, buscar e selecionar informações e contatos interessantes... Aqueles que, realmente, poderiam servir para alguma coisa.

Depois de jogar na lixeira mais de uma centena de inutilidades, um e-mail me chamou a atenção. Justamente um, com previsões para as 8.766 horas que serão contadas após o dia 31 de dezembro de 2011. É uma espécie de consultoria, mostrando-me o caminho a seguir em 2012, justamente o ano em que o mundo irá se acabar, segundo as previsões Maia (Aliás, vale a pena a leitura de “O cataclismo mundial em 2012 – A contagem regressiva Maia para o fim do mundo”, de Patrick Geryl).

O texto do ‘confidente dos astros’ não deixa de ser interessante. Mas é, também, engraçado, surpreendente e, porque não dizer, preocupante. Será mesmo coisa do fim do mundo, meu Deus? Diz exatamente o seguinte:

“ALEXANDRE, por ser muito calmo, você prefere profissões que exijam passividade e que proporcionem oportunidades de receber elogios. Não hesite; afaste-se dos trabalhos que exijam intensa competição”.

Em seguida vem um extenso e cansativo perfil do canceriano. No finalzinho, de quebra, a consultora astrológica faz sugestões para o fim das minhas dificuldades e, naturalmente, para o meu sucesso profissional: “As profissões mais adequadas para o seu perfil, ALEXANDRE, são: arqueólogo, enfermeiro, marinheiro, mergulhador, pediatra e poeta (sic)".

Até aí tudo bem. Mas o pior de tudo é que essa consultoria vocacional chega com (pelo menos) 20 anos de atraso. Durante o último quarto de século frequentei a Academia, onde dediquei milhares de horas nos cursos de graduação em Jornalismo e Radialismo, passando pelo mestrado em Comunicação e por especializações em Marketing e Ciência Política, além de um aperfeiçoamento em Educação Ambiental. Durante duas décadas, respiro, faço e vivo jornalismo. Um emprego aqui, um freela alí, mas sempre insistindo no jornalismo.

E agora, consultora? O que faço da minha vida a partir de 2012? Devo desistir do Jornalismo? Vou estudar Arqueologia? Ou será melhor me inscrever no concurso público para ingressar na Marinha? Enquanto aguardo alguma resposta, vou começar tentando fazer a minha primeira poesia. Quem sabe não consigo virar poeta?!