UNIVERSO FEMININO
Gosto de apreciar meu mundo interior.
Nele há uma teia bem construida como a de uma aranha, onde sentimentos diversos se cruzam tecendo uma rede de emoções, todas elas levadas a grau superlativo de importância.
Há dias que uma kay Jamison, vive em mim e, semelhante a ela, tenho mudanças de humor, tão constante, e mais rápida que a passagem de um cometa.
Em outros dias, sou feito a jornalista Elizabeth Gilbert. Sonho em tirar um ano de férias, para explorar não meu interior, pois, isso faço seja onde for que eu me encontre, mas, sim, para viver experiências culturais enriquecedoras.
Já em alguns dias, estou mais para Madre Teresa de Calcutá ou Irmã Dulce. E tenho vontade de sair pelo mundo abrançando todas as causas humanitárias.
Existe aqueles dias, em que ataco de Marina Colasanti, nesses aja papel ou teclado de leptop que de conta. As ideias jorram e os dedos se atropelam.
Há dias que uma doçura me envolve, então faço versos, pensando como era rico o universo de Cora Coralina. Gostaria de envelhecer feito ela, com aquele rosto lindo repleto de rugas, que contam em cada linha sua bela trajetória.
Pior são os dias que acordo achando que posso ser, Edith de Piaf, rsss. Ah, nesses os vizinhos sofrem, além dos meus pobres cachorros, até minhas belas orquídeas se encolhem.
Bons dias são os que inspirada em Julie e Julia, adentro a cozinha e domino com arte o fogão. Hum... ai, penso que ninguém reclama. A imitação não fica tão a desejar.
Tenho dias de Chiyo, a gueixa famosa. Como ela, tenho curiosidade de aprender, e força para superar obstáculos. Mas,.... termina aí a semelhança.
Já tive dias de Gabriela: "Eu nasci assim e vou ser sempre assim..." hoje, posso afirmar que esses dias foram abolidos do meu calendário. Estou em constante mutação, e adoro isso.
O mês tem trinta dias, e eu, creio que tenho um mundo rico interiormente, para viver cada um de forma interessante. Gosto muito da minha companhia.
(foto da autora)