EU É QUE DECIDO O QUE VAI SER ETERNO PARA MIM
Quando me perguntavam o que eu gostaria de ser quando crescesse, eu sempre respondia que queria ser bailarina. Estudava balé, até tinha jeito. Mas tem que fazer muitos sacrifícios. Repetidos exercícios até chegar as cãibras e dependendo do momento tem que aguentá-las. Muitas horas de dedicação para se ter um passo perfeito.
Eu gostava disso, fazia com prazer mas à medida que eu crescia via outras possibilidades. Procurei me dedicar mais aos estudos, fazer uma faculdade, ter uma profissão e me dedicar a ela.
E assim o sonho de bailarina se foi e deu lugar para uma outra coisa.
Então, fico imaginando como teria sido a minha vida se eu tivesse optado para o balé.
Não, não vou parar para pensar nisso!
Pensar no que poderia ter acontecido às vezes me deixa deprimida.
Muitas coisas acontecem nesta vida. Centenas de pessoas morrem e nascem por dia. Casamentos e divórcios na mesma proporção, a encomenda esperada que não chega, o telefone que de repente ficou mudo, aquele amigo de sempre agora já não aparece mais. Tudo que parecia que nunca estragaria, estraga. É simples assim. Tudo tem o seu começo, o meio para pensarmos melhor e o fim que veio através das escolhas que fizemos.
Há milhares de meninas que sonham em se tornarem bailarinas, advogadas, professoras, médicas.
Há milhares de finais felizes acontecendo a cada dia, tive a minha chance de escolher e fiz o que era certo fazer, por isso não penso mais no balé. Tenho um projeto para desenvolver agora que me toma todo o meu tempo e não exige tanto de mim e nem do meu corpo.
Tenho que ser uma linda mulher para o meu homem.
Tenho que ser uma mãe dedicada para os meus filhos.
Tenho que ser feliz com as escolhas que fiz nesta vida.