VIVER ERA TÃO SIMPLES
Lá fora o sol despontava, contando que um dia quente iria acontecer.
Ainda deitada a menina sonhava, era dezembro mês de natal.
A vila se enchia de alegria, toda casa tinha seu pinheiro, cada qual enfeitado a sua maneira.
Vivia numa reserva florestal. Ah, como era lindo tudo ao seu redor.
Por onde olhava seus olhos contemplavam o verde da matas, rios entrecortavam a paisagem, um adentrava por seu quintal e esparramava suas águas limpas e frescas, deixando crescer às suas margens centenas de pés de copos de leite, que nessa época estavam cobertos de flores brancas.
Viver era tão simples ali, ninguém de muito precisava, somente do emprego da companhia de papel e celulose, o pagamento ao final do mês, e nada mais.
A casa de cada operário, vinha junto com o emprego, e todas possuiam quintais e jardins a perder de vista.
Não faltava em nenhum lar, uma horta e um pomar. Um jardim florido, onde as flores se repetiam, já que era costume trocar mudas de plantas.
Trocava-se também, uma galinha por um pato, ou por um coelho.
As crianças viviam soltas e felizes, precisavam apenas de uma amarelinha desenhada no chão de terra da rua. Essa brincadeira rendia horas e horas de diversão.
Depois exaustas as meninas sentavam-se em circulo e, era a vez da brincadeira de passa anel.
Os meninos tiravam do bolso do short simples, costurado por suas mães, os peões e, ficavam a brincar disputando quem fazia o peão rodar mais tempo.
A noite era comum o dedo de prosa, com os vizinhos, para contar os velhos e repetidos causos, que sempre eram ouvidos como se fossem novos, de tão bem contados que eram.
Nessa hora, o sol com seus raios mágicos e dourados, dava lugar aos raios prateados da lua, e um manto salpicado de estrelas, brilhava por sobre toda vila, que faceira se deixava enfeitar, e com certeza ficava indecisa, a se perguntar: quando era mais bela? Durante o dia com o luz do sol ou a noite com a luz do luar.
(foto da autora)