DEZEMBRO DAS CHUVAS

Olha ele aí! Olha aí dezembro das chuvas, dezembro das festividades, da alegria para muitos, mas de tristezas para outras tantas pessoas. Dezembro que traz consigo as chuvas que parecem plainar pelas cidades num torrencial de águas temporais. Um mês marcado para iniciar o Advento (preparação da chegada do Filho do Homem - Natal) e as festividades do fim do ano. Em dezembro muitos amigos comemoram aniversários, incluindo o meu, são os sagitarianos e os capricornianos da vida. Cada um de nós aventureiros ou centrados com os pés no chão traz nossos registros deste mês tão cheio de contradições: alegrias e tristezas; esperanças e frustrações; chegadas e partidas; inicio e fim.

Dezembro do fim de uma primavera e início do verão, as flores que brotaram neste tempo primaveril cedem lugar para o verde dos campos e a colheita plantada no meio do ano. Um mês que força a todos a pensarem em si mesmos, no contexto das realizações, resultantes dos bons ou maus momentos da vida. Lógico que temos que ponderar sobre isto o ano todo, mas dezembro parece marcado para ser o mês das boas reflexões.

As chuvas de dezembro são fortes, rápidas e barulhentas, são movimentadas por trovões, relâmpagos e ventos fortes; num momento estamos enfrentando um sol e um calor escaldante, num outro de repente, assim sem nada avisar, chegam às águas trazendo consigo uma manada de sujeiras, barulho e uma impressão de que tudo vai acabar naquele temporal. Porém, logo somos surpreendidos pelo raiar do sol e a presença do arco-íris projetando no horizonte das montanhas a beleza que este mês nos dá. Longe de mim descartar a importância e a singularidade dos outros meses do ano, mas dezembro traz o aconchego do abraço, das despedidas e da formosura do Natal.

Em dezembro, apesar dos temporais, as rodovias, rodoviárias e aeroportos ficam qualhados de gente que vai e gente que vem para encontrar e festejar com seus queridos o natal e a passagem do ano. As confraternizações são outros pontos marcantes deste mês. Sabemos que essa alegria e boas expectativas não são compartilhadas por muitos, pois por perdas reais ou não vivem o oposto do campo magnético da plenitude da vida, mas é assim que caminha a humanidade projetando as grandes diferenças entre as raças, suas historias e o registro natural sobre a singularidade de cada um, afinal até os dedos das mães e dos pés tem tamanhos diferentes, no entanto todos tem sua importância na constituição do corpo.

É fato que dezembro é o mês da gastança e da comilança, do uso que o mercado impõe para compras e renovações dos mais variados produtos de consumos, não há como escapar a tantos apelos, cada coisa adquirida justifica o carinho em presentear alguém ou a nós mesmos. Este é dezembro que traz em si as chuvas torrencialmente passageiras e os abusos da vida tecnologicamente moderna.

Por dezembro, mês das abundancias, deixo a todos os leitores, meu mais cordial e carinhoso abraço. A escrita só é possível se pudermos direcionar a alguém que possa nos ler e compreender a mensagem que desejamos passar. O leitor é o soro da vida do escritor. Essa parceria fortalece a busca pelo saber de ambas as partes.

A todos, meus votos de um feliz mês de dezembro, que traz em si, além das chuvas fortes, o Natal e o encerramento de 2011. Acredite, tenha sido bom ou não o seu ano ele já vai passar e conviva com a certeza que o próximo ano chega para todos igualmente, mas cabe a cada um de nós saber interpretar as exigências que a vida nos traz.

Graça Costa

Amparo, 14 dezembro de 2011.