VIDA TAL VENTO
VIDA TAL VENTO
Crônica de Carlos Freitas
Podemos comparar nossa vida ao vento. Estamos por aqui... De repente não mais!
Vivemos Períodos de Brisas.
Neles tudo está perfeito - Desfrutamos de sonos profundos. Sem sobressaltos. Nossas ações, convívio e relacionamentos fluem de forma uniforme. Nossos sentidos - adormecidos. São épocas de bonança que passam despercebidas. Acomodamo-nos. Nossas defesas – hibernam. Nosso arsenal - vazio. Tudo é magia. O céu - sempre azul, o mar – pura calmaria, e a vida, rola na mais pura e enganosa harmonia. Esquecemo-nos do sábio exemplo das formigas que, em tempos de fartura não se refestelam só em banquetes. Insanas e frenéticas abastecem seus silos. Não querem ser surpreendidas no inverno.
Quanto a nós, fragilizados por conta dessa omissão somos presas frágeis ante, surpresas ou infortúnios que surgirem nos nossos caminhos em períodos de tempestades.
Vivemos Períodos de Ventos Fortes.
Se, negligenciamos quando tudo era brisa, aqui terão a força avassaladora de desestabilizar e mesmo nos destruir. Se sábios, tivermos abastecido nosso arsenal, reagiremos e conseguiremos superá-los sem maiores danos. Esses períodos têm a eficácia de deixar nossos sentidos mais sensíveis, e em constante estado de alerta.
Vivemos Períodos de Vendavais e Tormentas.
Nesses, toda a estrutura, força e reservas que acreditamos possuir serão colocados à prova. Descobriremos então o quanto somos capazes de encarar e superar adversidades. Raramente, no transcorrer da nossa existência, dedicamos momentos de reflexão profunda, que permitam perceber como estão nossas defesas pessoais, físicas, psíquicas e espirituais, bem como, o fluir de nossas vidas. À nossa maneira e do modo que nos é “conveniente” e “perfeito”, vamos corrigindo rumos, aparando arestas, e na maior parte do tempo ignorando verdades, realidades, e os sinais de alerta que nos batem à porta a todo instante. E assim seguiremos caminhando, até que explodam situações, que extrapolarão a capacidade de defesa que julgávamos ter.
Num primeiro momento onde prevalecerá o pânico, concluiremos que estamos irremediavelmente indefesos, incapazes de reagir, e que o mundo impiedoso desabará sobre nossas cabeças. Será intensa e nítida a sensação e certeza de que soçobraremos. Todavia, o instinto de sobrevida que possuímos, é muito maior do que o imaginamos, e descobrimos forças até então ocultas - temos um segundo arsenal! E das cinzas, tal Fênix renasceremos. Engajaremo-nos na luta. Entregaremo-nos, ao combate. Mediremos forças com o inimigo concreto ou oculto na certeza de que a conquista virá. Nesse momento, esqueceremos das dificuldades, dos insucessos, das fraquezas, das vaidades e do egoísmo. Se necessário e sem hesitar, pediremos ajuda a mãos amigas. E as teremos. Serão nossos escudos - nossas barricadas, e até mesmo guardiões. Será a oportunidade única para nos propormos uma profunda reflexão: - Se sozinhos podemos chegar a algum lugar, concluímos que: unindo forças, chegamos onde quiser e muito mais além.
Enfim, se sozinhos podemos ser surpreendentes... Juntos somos imbatíveis.