Dossiê: “E malandro é malandro, Mané é Mané, Pode crer que é...”

Dossiê: “E malandro é malandro, Mané é Mané, Pode crer que é...”

Nessa situação minha cuíca grita e pirei nessa frase. Afinal, Bezerra da Silva, onde quer que esteja eu perguntarei daqui. Quem é esse Malandro? São aqueles que fazem coisas erradas e não se arrependem, ou pedem desculpas no final das contas sem receio na vida, ou é viver sob todas as trincheiras das batalhas contra a tempestade na expectativa de que surgirão logo em frente os alecrins dourados, ou é troca de serviço por um salário mínimo, caminhando no estudo, e sustentando a família e tentando por motivo nenhum ser atingido por balas perdidas e enxeridas na maré de má sorte nos jogos de Las Vegas, e acima de tudo manter o humor e sem dever a ninguém... Ou é aquele cara que planta humildade, porém, essa colheita está fraca ultimamente, e, portanto, simplesmente, semear nobrezas no dia a dia e sem pisar nas dores e becos dos outros, ou chegar e partir suavemente nesta selva humana de casas e de prédios, ou viver no corre e corre e no empurra e empurra de policias e ladrões, ou ter alguém para amar e ser desejado também, ou agir mais e pensar menos, ou ser respeitado pelos outrem, ou respeitar aquele e aquela, ou vê a vida como um estudo sem fim, ou é balançar as noites sem prejudicar a pessoa ao seu lado, ou em cada rua sem saída achar uma lacuna de oportunidade, ou levantar rápido nos tombos, ou nem sempre lutar para vencer, ou não necessariamente precisa ser admirado, ou estar no apogeu, ou honrar as medalhas concedidas para você, como os seus parceiros, ou deixar de viver na ilusão, ou não desandar e que um dia será tudo acertado e não cair no mar do esquecimento...

Nem desenrolei totalmente e vejo que não cheguei à conclusão alguma talvez, eu seja o malandro tentando desvendar o numero do RG desse outro malandro! De fato existe ele, entretanto, com certeza ele não é único, é um. E esse “um” é a gente, diante do leque de escolhas no cotidiano, como chegar ou ir, subir ou descer, sim ou não, ser herói ou covarde, lutar ou viver e, contudo na certeza disso, que a felicidade encontra-se nos certos momentos, e é muito mais gostoso esse continuo de felicidades do que um finalzinho feliz. Pois quem foi o imbecil que inventou o tal do “final feliz”? Ele deveria ser condenado à morte, tá bom, exagerando um pouco, mas, dá raiva, porque esse rapaz jogou um manto escuro nos outros e faz com que eles percam o “hoje” e deixou-os na esperança de amanhã ser o melhor, não vendo que estava coberto na sua frente o tempo todo. E somente percebem isso quando pisarem na merda e sentirem o cheiro desagradável, sendo tarde demais, muito tarde. E desculpa pelas palavras ditas, no entanto, isso é verdade, mesmo que perturbar sua audição, sua visão, seu olfato, seu paladar e o seu tato.

Aviso-te que o eco eterno da vida é configurado através do que nós pisamos de tão profundo e o que vale apena exatamente não são as imagens congeladas no auge da sua vida, e sim, a força mental ou física durante a estrada, isso que é interessante e estranho. Vejo que o malandro dependerá do seu ponto de vista, poderá ser um ladrão, um tratante, um sabido, um finório, ou que ama a vida nos pequenos ou gigantescos detalhes. E será que o Hitler é malandro ou Mané que pensava que matando os judeus era algo bom para humanidade? Nisso ficará a estranheza e o mais eloquente o significado desse sujeito malandro, repito, dependerá da mente do humano febril ou não, que para mim será eternamente imperfeito, a gente tem a capacidade de ter o domínio de gozar a doçura e a travessura. Enfim, você é malandro? E a questão principal, qual é a sua definição?

Lucas Expedito
Enviado por Lucas Expedito em 16/12/2011
Código do texto: T3391519
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