Papéis

Cada pessoa tem um papel muito específico na nossa vida. E muitas vezes sofremos por confundir os papéis ou por desejar que fossem outros.

Tem sim pessoas que possuem mais de um papel. Por exemplo, a minha mãe exerce (e muito bem!) o papel de “mãe” e também o papel de “amiga”. O meu “irmão” acumula o papel de “melhor amigo”. Há de se convir que nem sempre o irmão é amigo, e menos frequente ainda “o melhor amigo”.

Existem pessoas com quem nos encontramos todos os dias – no trabalho, na vizinhança – mas nunca serão nossos amigos. Não passam de “colegas” (ou apenas “conhecidos”), por mais que se esforcem para serem simpáticos conosco. Assim como o amor, existe uma magia inexplicável nos laços que nos unem aos amigos. Não é qualquer um que pode ir adentrando a nossa vida assim e se tornar automaticamente um amigo.

É diferente da relação com a família e os parentes. A esses já nascemos ligados. E se não gostamos deles, não dá pra simplesmente descartá-los da nossa vida. O máximo que podemos fazer é evitar o contato...

Tem pessoas que só conseguiremos manter amizade se for a distância. As diferenças pessoais são tão grandes que não permitiriam um convívio saudável. Porém, neste caso, a distância física traz a tolerância e permite manter o contato.

É difícil também manter a relação de amizade com um ou uma ex: ex-namorado(a), ex-noivo(a), ex-marido, ex-esposa. Difícil, mas não impossível. É preciso lidar com as restrições. E poderia dizer com segurança que não seria uma amizade como qualquer outra.

Agora, por exemplo, quando numa relação a dois, o amor vira amizade, talvez seja indício de que a relação acabou. TALVEZ, não certeza. Até porque dizem que o amor acaba. Tem prazo de validade. Algumas pesquisas estimam em seis anos o período do amor. Depois disso, claro que o relacionamento não necessariamente termina. Pois se o amor não é mais o mesmo, podem ficar o carinho, o respeito, a admiração, o desejo de ficar junto.

Mas comecei o texto falando do sofrimento de se confundir os papéis das pessoas da nossa vida e não da mudança de tais papéis. Isso acontece quando, por exemplo, temos um amigo ou amiga e desejamos que essa pessoa seja mais que amigo ou amiga, que seja um amor. E se isso acontece, ótimo, felicidade à vista! Mas se não é possível, lá vem a cegueira trazendo à garupa mais confusão...

(Catalão, 20/12/2010)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 15/12/2011
Código do texto: T3390474
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