A Virgem, o Adúltero e a Brecha
Tudo foi sim, foi assim pra tudo, foi sim para o amor, foi sim para os cuidados, foi sim para saúde que não tinha adoecido e foi sim para a riqueza que ainda não tinha empobrecido. Todas as promessas não cabiam em si de tanta felicidade, do lado debaixo do altar, era possível ver o reflexo do brilho dos olhos que emanavam daquele casal.
- Pode beijar a noiva.
Enfim a sóis, e o desejo se transformou na ordem dos dias que vieram, dos meses que chegaram, e dos anos que se passaram. Atraída pelo novo, pelo Príncipe e pela emoção, a virgem sonhava. Sonhara que um dia aquele momento aconteceria em sua vida, afinal de contas, só nos casamos uma vez na vida, já dizia a sua sábia mãezinha..., mas, como toda Princesa sonhadora sem senso de mensuração da vida, um dia aconteceu... Aconteceu que o “sonho dela” foi pego de surpresa com a boca na botija e que não era a botija de azeite.
- E agora?
O ex-noivo, que já fora Príncipe Encantado, que virara marido, agora, não passava de um Adúltero, que já não escondia suas insatisfações com aquela relação.
Ela, assustada com a situação, foi tirar satisfações de fatos que os argumentos se envergonhavam de acompanhá-la.
- Você pode me explicar o que está acontecendo aqui? Exigiu uma satisfação.
Ele, entre um trago e outro do seu cigarro, silenciou enquanto a observava entre a névoa do cigarro, com aquele típico olhar dos homens materializado nas letras das músicas da Cantora Alcione.
- Eu não acredito que você voltou a fumar? Só falta agora você me dizer que voltou a beber, depois de tantas orações que eu fiz por você.
Calado o Adúltero estava, e calado, o Sapo Adúltero continuou:
- Será que você não consegue enxergar que depois que você se afastou da nossa Congregação, tudo voltou a desandar em nossas vidas.
Ele, com os dentes já meio amarelados pela nicotina da péssima qualidade do cigarro que fumava, balbuciou algo inteligível de ser detectado, se ela quisesse, é claro.
- O quê?
Foi preciso então, que ele cuspisse lentamente o palito que prendia entre os dentes no canto na boca, precisava de tempo entre o palito e a surdez, para justificar o alíbi que ensaiava para falar, dessa vez, quem sabe poderiam dar origem ao diálogo, a virgem, que antes era Princesa, que já fora esposa, e que agora sem saber o que era, e muito menos o que dizer em frente aquela cena bizarra que estava presenciando, resolveu tomar uma atitude.
Colocou as duas mãos sobre a cabeça da Amante, que ainda totalmente nua, descabelada e sem entender nada, olhara imobilizada, assustada e doida pra sair fora daquele furdunço, só dizia amém e me deixa ir embora daqui...
- Ei vocês, parem com isso! Parem com esse escândalo, eu estou ficando confuso. Exclamou o Adúltero.
- Confuso! Como confuso? Você só pode está brincando comigo, eu não acredito que me casei com você...
E finalmente cai a máscara.
Dito isso, ela saiu meneando a cabeça com o propósito de aumentar a oferta do propósito do coração de todas as quintas-feiras, a culpa era do dinheiro contado que ela levava; Ele, voltou para o bar, e a Brecha? Sei lá!
Eu confesso aos meus queridos leitores que não faço a menor idéia onde foi parar a amante de um "Lobo Mau Caráter", que vestido em pele de "Cristão Afastado" seguia em busca de tentar justificar a sua decepção por um amor que na verdade ele nunca sentira por Aba.
Eu sei, que dados as circunstância dos fatos acima, a traída, correu para restaurar o que nunca foi amor, o traído, pensa em alimentar a traída para ter onde se escorar, e a Brecha que só queria namorar, como não deu certo, eu acredito que ela tenha resolvido se envolver com outros lobos..., mas isso eu não tenho certeza.
* "Ap 22.11 Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se."