VOU INDO...
Eu vou indo, indo para lugar nenhum. Esta era a minha resposta quando me perguntavam, como vai? Era o que respondia e foi o que sempre fiz, no entanto tracei um caminho e aos poucos começo a ter respostas. Muitas vezes tenho tropeçado, caído e com dificuldades me levanto retornando ao caminho.
Hoje vejo como era cego, enxergando apenas o lado escuro e mais sombrio, via com a visão primitiva. O olhar da alma ver melhor, tem mais alcance, mais clareza, muito embora esteja ainda no começo, tateando, aprendendo. Já deu para perceber um pouco do que sou e do que pode ser desvendado, me conhecendo melhor a medida que for abrindo as portas que se encontravam fechadas, sabendo eu que o tempo é tão curto e esta acabando.
Vejo cada dia como falhei e como falharam comigo, não consegui ser feliz, nem fazer ninguém feliz, isto é um fato como é fato, sem nenhuma pieguice, que hoje estou em paz, mas como ser humano ainda me decepciona o outro, e sofro, o pior é que continuo sonhando e sendo crédulo. Envelheci e não aprendi a viver neste mundo, talvez em outra vida eu venha melhor, com mais experiência, mais sabedoria para poder realmente viver, viver com os pés no chão, me olhar no espelho e me enxergar, e ter a capacidade de enxergar o outro.
Estou em paz, mas cansado, cansado das experiências vividas no passado até o presente, do futuro nada espero, apenas o acontecimento natural da existência de qualquer ser humano, podendo eu finalmente, chegar a algum lugar.
Marcus Catão