A Eficiência e o Trabalho
Infelizmente as falhas só são consideradas graves quando as conseqüências são imediatas
Não é conveniente, fazer comentários sobre assuntos que no momento estejam ocupando manchetes na mídia. Tem-se impressão que o assunto logo será esquecido. É muito comum apontar erros que dependendo do meio é fatal. Isso acontece muito no campo da Medicina porque as falhas acabam se tornando fatalidade. O mais recente, a auxiliar de enfermagem trocou o soro pelo leite e as conseqüências todos ficaram sabendo. O mesmo aconteceu quando o soro foi trocado pela vaselina líquida. A Sociedade fica toda arrepiada. Fala-se em “erro grosseiro”. Não querendo ser radical, mas erro é erro e acerto é acerto. Tudo depende do que o erro ocasiona. Se for contra a Vida não tem perdão. Porque o resultado vem de “pronta entrega”. Se é contra o comportamento Social é entrega “a longo prazo”, acaba sendo esquecido ou então o que é mais grave, é absorvido e pode até tornar um costume Universal. É assim que vejo os erros cometidos contra os Educandos. Será que as conseqüências são menos dramáticas? Ou será que elas apenas ficam diluídas no tempo. Em certa ocasião uma velha colega de faculdade me emprestou um livro ( As Mais Belas Mentiras, se não me engano) que relacionava as falhas nos cursos de formação de Educadores, nas Universidades, nas Editoras, Ministérios, Câmaras e etc. Entre muitas preciosidades me chamou a atenção uma ilustração de um livro de Educação Moral e Cívica (catecismo da ditadura) no assunto: Família. Depois de muita teoria e conceitos “bem aceitos” pela Sociedade, e lógico pelo governo, vinha a ilustração de uma “família feliz”: Uma cena familiar com Pai tranquilamente estatelado no sofá lendo seu jornal. As crianças (um casalzinho) brincando no tapete. A Mãe de costas, na pia lavando a louça. E a faxineira (serviçal?), uma negra, trajada a rigor com grosso avental e um não menos grosso lenço sobre a cabeça, empunhando um rodo com um úmido e pesado pano de chão, fazia a limpeza mais pesada. Mesmo não sendo responsável pela coluna de charadas de um jornal me arrisco a fazer o desafio: Quantos e quais são os preconceitos que a ilustração socialmente correta cristaliza nas cabecinhas da torcida que está do lado de cá da página? É certo que as coisas não param por ai. Podemos ir enumerando as conseqüências da ineficiência do trabalho que tiveram origem (se não me engano, todas) na Educação. Por que prédios desabam, barragens, diante de um índice de precipitação fora do comum rompem, trens se chocam, aviões caem, ônibus capotam, motocicletas sofrem choques frontais e até políticos que não tem “ficha limpa” são eleitos com uma verdadeira avalanche de votos (isso é assunto que dá muitas outras páginas de outras crônicas). E ai o Primo Policarpo, que não anda picando ponto ultimamente, protesta: “... num se pode comparar tudo isso que foi falado com a troca de recipiente que tinha leite no lugar soro que devia ser aplicado na veia... ... o erro custou uma vida!!! E meu Anjo da Guarda que estava de plantãointercede a meu favor: E todas essas catástrofes relatadas será que também não custaram vidas??? (oldack/09/11/011). Tel. 018 3362 1477. XXX