Na trama da vida

 

 

Estou lendo o livro ‘Parem de falar mal da rotina’, de Elisa Lucinda, que nasceu do espetáculo do mesmo nome, ao contrário do que em geral acontece. É sobre a vida. O que achei mais interessante até agora é que escrito por uma poetisa que também é atriz, ela fala da vida de uma maneira que eu nunca havia pensado antes. Como se fosse o roteiro de um filme, uma peça ou novela, como se estivéssemos no palco com personagens e tramas, atuando em cenas. A cada momento vivemos enredos e desfechos que se passam num determinado tempo. Só que não há ensaios, estamos sempre a estrear. No teatro, a repetição do espetáculo nunca é exatamente igual à anterior. As falas e os gestos podem parecer os mesmos, mas não são, porque o dia é outro, a plateia é outra, as emoções são diferentes... Assim ela compara as nossas ações do dia a dia, que parecem iguais, a tal da rotina... Segundo ela, a cada amanhecer estamos disponíveis para novas estreias. E na dramaturgia da existência, na trama da vida, atuamos não somente como personagem, mas também como plateia.

 

Gostei dessa história de ‘estrear’. A estreia é o novo, momento importante, sempre carregado de emoção.